A minha cara metade

Pelo menos à 30 anos que conheço uma senhora (na altura menina) que teve o condão de mudar a minha vida. Essa mulher que faz parte de mim trouxe-me tudo aquilo que eu não tinha. É o meu equilíbrio.Essa mulher deu-me dois filhos fantásticos. Ela entranhou-se de tal forma em mim que ela e eu somos indissociáveis. Não, nunca conseguiria viver sem ela. Ela completa-me. Ela tornou-me num homem melhor. Tenho por hábito dizer que se encarnar quero casar de novo com ela tal é o amor, o respeito, o carinho que sinto por ela. É de tal forma que daria a vida por ela. Não tem explicação como não tem explicação as coisas do coração, são emocionais embora neste caso sem data marcada pois vou com ela até ao fim do mundo ao fim das nossas vidas. Faz hoje precisamente 22 anos que tive a sorte de ela ter aceite casar comigo. Como era bom que a felicidade que tu me transmites fosse proporcional noutras actividades da nossa vida. Amei-te o suficiente para casar contigo, amo-te ainda mais depois de termos casado e continuarei a amar-te até ao fim dos nosso dias.

Felicidade

Não me parece que o conceito de felicidade seja uma coisa permanente. Ao longo da nossa vida vamos tendo rasgos/momentos que nos fazem felizes. Uns mais do que outros. Uns mais intensos do que outros, mas a felicidade (deveria)não é um estado de espírito constante. Lutamos todos para sermos felizes não dando por vezes apreço ao que de mais pequeno se passa à nossa volta. Num Mundo tão grande e ao mesmo tempo tão pequeno, tão globalizado em que os feitos dos outros são coisas intangíveis para nós, ser feliz é uma tarefa árdua. Infelizmente, confronto-me cada vez mais com um numero maior de pessoas amarguradas pela vida profissional ou pessoal que têm. Curioso num Mundo que nunca nos deu tanto e onde tanto é tão pouco. Deixamo-nos envolver pelas coisas que aparentemente nos são essenciais e que na prática bem podemos passar sem elas. Falta-nos coragem. Esta vida tem um fim como teve um princípio, mas cada vez mais nos confrontamos com o exagero que a vida exige de nós. Foi num desses momentos de muita tensão, cansaço e desânimo que uma colega minha de seu nome Ana Margarida, sem que eu lhe pedisse nada resolveu ajudar-me.Não somos amigos íntimos nem precisamos de o ser para que eu reconheça nela a generosidade de ter "olhado" para mim e ver que de facto estava desesperado. Só este feito e possa ela ter os defeitos que qualquer mortal tem seriam mais do que suficientes para lhe dar um cantinho no meu coração de agradecimento com a certeza que ficará lá guardado. Este tipo de ajuda descomprometida, sem interesse a não ser o bem estar pelo próximo deixa-me comovido, até porque sei que a tua vida não tem sido fácil. São estas coisas mais do que palavras por vezes providenciais que nos ajudam a sair do buraco que nos vamos atolando sem dar conta. Obrigado Ana.