Passos ainda não encontrou Deus



Existe uma anedota que vem do tempo do Sócrates que terminava mais ou menos assim: Sócrates é chamado ao céu para uma reunião com "Deus" e "Deus" diz-lhe o seguinte: tenho duas más notícias para te dar. A primeira é que eu existo o que para ti é uma desilusão, a segunda é que amanhã acaba o Mundo. Dito isto, vai para a Terra e difunde esta mensagem pelos portugueses. Nesse mesmo dia em horário nobre, Sócrates convoca as televisões, a imprensa para fazer um comunicado. Começa dizendo o seguinte: Caros portugueses tenho duas boas notícias para vos dar. A primeira é que "Deus" existe, eu próprio ateu me confesso, estive hoje mesmo com ele. A segunda é que a crise acaba amanhã.



O que nos foi dado a conhecer ontem pelo Passos Coelho, deixa de uma forma geral quase todos os portugueses numa agonia difícil de aguentar. Os sacrifícios são todos em cima de quem já não pode dar mais. Com estas medidas temo que o desemprego vá para níveis mais históricos. A cegueira dos cortes para se cumprir um acordo leva a que de uma forma acelarada as pequenas e médias empresas fechem as portas. Ouvidos moucos Passos Coelho teve para gente do próprio partido que afirmava que era essencial prolongar o "timming" de três anos para a redução do défice. Era isto que eu esperava. Uma conversa com a Troyka, fazendo-os entender que daqui a três anos estamos de novo com o chapéu na mão a pedir mais dinheiro, com uma economia de rastos e com um numero de desempregados galopante. Mas não, é sempre mais fácil aumentar impostos aqueles que já pagam muito e deixar que alguns vivam e enriqueçam impunemente. Cobarde forma esta de colocar as contas em ordem.



Já afirmei neste pobre blog que os políticos devia ser responsabilizados pelas asneiras e crimes que cometem para com os portugueses. Mas isso é uma coisa que não interessa.



A revista "Visão" tem esta semana um artigo comparativo com os vencimentos de quem já passou pelo governo e enriqueceu. O simples facto de se ter sido alguma coisa num governo é caminho andado para se ficar rico. A promiscuidade assim o impõe. Vejamos alguns exemplos:



Pina Moura em 1994 declarou rendimentos no valor de 22.814 euros, em 2006 declarou rendimentos de 697.338 euros, Jorge Coelho em 1994 41.233 euros 2009 702.758 euros Armando Vara 1994 - 59.486 euros 2010 - 822 193 euros Dias Loureiro 1994 - 65 010 2001 - 861 366 euros, Antonio Mexia 2003 - 680 360 euros 2009 - 3.103 448, a lista de remediados que passaram a ricos é vasta. Perante estes dados pergunto ao senhor Passos como é que acha que os portugueses olham para a crise?



Escusa a PSP e o governo de estarem preocupados com a revolta social. O que resta aos portugueses do salário dá para comprar massa, arroz e pão fazendo com que faltem forças para manifestações de contestação.




Que "Deus" lhe perdoe.

A crise



Confesso que deixei de ligar a televisão durante o período das notícias. A "crise", não nos larga. A cada segundo do dia, somos confrontados com as pessoas na rua, as notícias na rádio, os jornais e basta olharmos á nossa volta para percebermos a quantidade de casas á venda e o numero crescente de pessoas a mendigar nas ruas. De cada vez que um político vem a um meio de comunicação social falar, significa que quem trabalha vai passar a viver um pouco pior.Mais impostos, menos regalias, mais cortes etc....



O que parece que não passa nos maios de comunicação social é o "milagre" que o primeiro país a entrar em crise está a operar. Sim eu sei que é mais fácil, falar da crise na Grécia como país incumpridor, ou então nos tumultos e "apreciar", o que acontece acada medida tomada pelo governo. Aqui neste canto à beira mar plantado cada medida de redução do déficit, dá uma machadada profunda na economia das empresas e vai condenando à faléncia centenas de empresas e consequentemente mais desemprego.



Infelizmente por cá teimamos em não aprender com os casos de sucesso. A história de que quem é político tudo lhe é permitido fazer e depois sair impunemente, não resultou na Islândia. Este pequeno país decidiu que seria o povo verdadeiramente a tomar conta do país e rapidamente punindo que os levou à falência, está a conseguir levantar a cabeça.