Reformados do BCP causam indignação
O BCP agora chamado millenium BCP é um banco português que cresceu exponencialmente poucoa anos após a sua fundação atravês da aquisição de vários bancos. Este crescimento, foi de tal forma acentuado que os funcionários do BCP eram funcionários de uma banca à parte. Como é normal neste tipo de entidades e com as fusões, existiram dores de crescimento. O Dr. Jardim Gonçalves na altura presidente do banco era um senhor todo poderoso em Portugal. Eram conhecidas as atitudes sectárias do banco que não admitia mulheres a trabalharem no banco porque a produtividade era afetada pelas gravidezes. Coisas que acontecem às mulheres. Eram também proíbidas associações sindicais no banco. Este comportamento gerou em mim uma antipatia tal que me levou a afirmar que no BCP nunca teria eu conta. Após os anos dourados o banco viu-se numa sucessão polémica da sua administração e assim foi indo de sucessão em sucessão. O mais curioso disto é que de uma forma mais ou menos generalizada todos os antigos administradores estiveram ou estão a contas com os tribunais.
A banca em Portugal tem um poder que o poder desconhece.
Esta semana foi criado o movimento dos reformados indignados liderado por um ex presidente do banco que criou o movimento para protestar contra o imposto que incide sobre as reformas mais avultadas. Curioso, como um administrador que não deixava nem recebia sindicatos resolva depois de reformado criar um movimento para reenvidicar o direito a que a sua pobre reforma não seja alvo do referido imposto.
Para que conste a reforma do dr. jardim Gonçalves é de 165.000 euros, Filipe Pinha aufere uma reforma de 70.000 euros. Parece-me de fato que se tratam de pessoas que vivem no limiar da pobreza. Triste país este que deixa crianças e famílias a passar fome e premeia estes senhores com reformas tão principescas.
A facilidade dos dias
O que vivemos nos dias de hoje, reflete a forma como fomos educados na nossa infância e adolescência. Todos nós de uma forma ou de outra nos recordamos de frase vindas dos nossos pais a dizer: "Tu para lá vais", ou então "daqui a uns anos vais perceber o que te digo hoje". A realidade nada oculta leva-me a pensar, que a parte da educação que os meus pais me deram, longe de ser perfeita teve pelo menos o condão de me incutir valores que para mim são inalienáveis. A amizade, a sinceridade etc.. estão bem vincadas naquilo que sou hoje.
Hoje recordo uma publicação de um amigo em que ele refletia a forma como educamos os nossos filhos, cheia de facilidades, O menino quer, o pai dá, a menina quer, a mãe dá, contribuindo assim para uma sociedade e para um futuro de homens e mulheres em que a luta por algo é coisa que não consta no dicionário. Apesar da crise e porventura, acentuada pela crise todos nós nos preocupamos em segurar aquilo que entendemos ser mais importante para nós. O nosso emprego, sustentáculo de tudo o que podemos proporcionar á família, enveredando assim por um caminho que dificilmente tem retorno. Damos mais ao trabalho do que aos nossos filhos e conjuge, traindo assim um dos pilares fundamentais da família. Tempo para ela. Nada tem mais importância do que a nossa família que é a base de tudo. Está lá á nossa espera quer faça chuva quer faça sol. É o nosso porto de abrigo. Os nossos filhos são o melhor de nós, como os nossos pais são a nossa referência. Iludimo-nos quando pensamos que podemos trocar a falta de tempo que passamos com a família com um perfume, com flores com um jogo, com uma playstation etc...e um dia, um dia, paramos e admirámo-nos porque se torna mais fácil o divórcio do que lutar por um casamento, Admirámo-nos porque se torna mais fácil deixar o filho no infantário até mais tarde do que sair mais cedo e levá-lo a passear pela praia, admirámo-nos quando um dia olhamos para os nossos filhos e vemos o quanto eles cresceram e nós mal demos conta disso.
Hoje é dia dos namorados. Hoje é dia para aqueles que são casados ou vivem com alguém pensarem mais no outro do que em nós. Se cada um de nós pensasse um pouco em fazer o outro mais feliz com toda a certex«za que receberíamos o mesmo da outra parte e seríamos mais felizes. Por um dia um único dia atrevamo-nos a libertar o nosso coração e a dar mais do que receber. Vão ver que no final do dia foi compensador.
Falta de decoro
Já aqui tive oportunidade de comentar que a igreja católica, símbolo de fé de crença de milhares de pessoas por todo o Mundo anda a desencantar os seus leigos. Bem sei que ser católico (e eu sou) é crer mais em Cristo do que nos homens que na terra o representam mas entendo que quem sentiu a vocação de envidar pela vida sacerdotal deveria ter mais recato, respeito e sobretudo honrar as bases do catolicismo. Escrevo isto por que esta semana tive a oportunidade de ler que a mais alta cúpula da igreja romana teve neste mundo em que muitos passam fome, em que muitos desesperam por uma gota de água em que a pobreza não para de aumentar que a digníssima igreja católica se dê ao luxo de fazer estes atropelos morais http://expresso.sapo.pt/vaticano-comprou-em-segredo-predios-de-luxo-em-londres=f781455 . Hoje mesmo o jornal "Sol" afirma que o ministério público investiga por fraude um centro social em Abrantes por suspeita de fraude à segurança social. Depois do mal resolvido e ainda não acabado escandalo da pedofilia no seio da igreja católica somam-se mais estes casos que não dignificam em nada a instituição e em muito contribui para que cada vez menos gente acredite na igreja dos homens.
Pieguices
Hoje não resisti a falar dos meus filhos. Bem sei que os nossos filhos são sempre os melhores do que os filhos dos outros, mas pai ou mãe que assim não pense, não gostará dos seus filhos o suficiente.
Eu tenho a sorte de ter dois filhos um fantástico rapaz de 15 anos e uma adorável menina com 12 anos. Sendo eles tão diferentes, têm génios, temperamentos tão opostos. São dois filhos absolutamente fantásticos. Próprio da idade alguma irreverência, mas quer um quer outro são absolutamente fantásticos, aparentemente mais rude ele mas com um coração e com um carinho do tamanho do Mundo. Ela mais dócil mais fácil de nos conquistar, mais menina . Por vezes penso o quão infeliz era se não tivesse tido a hipótese de vivenciar esta experiência.
Tenho um orgulho enorme em ter os filhos que tenho e resta-me agradecer à fantástica mulher que me proporcionou ter dois filhos como os que tenho.
Amo-vos de todo o coração.
Felicidade
Nutro uma especial admiração pelo povo brasileiro. O passado recente do Brasil não é uma coisa bonita de se contar. Um país que recorreu por várias vezes ao FMI, com taxas de inflação elevadíssimas, taxas de juro incomportáveis e ainda assim um povo que irradia felicidade.Felizmente a situação no Brasil mudou muito e para melhor. Apesar das desigualdades ainda existentes, a qualidade de vida generalizada do povo brasileiro tem vindo a subir a olhos vistos. Correram com o FMI de lá para fora, deram o grito de Ipiranga em relação ao EUA e passaram de um país com prais bonitas e favelas onde o tráfico de droga e armas era rei para um país onde o crescimento se faz sentir associado a um aumento da qualidade de vida. Esta fórmula gostava de ver associada ao meu país, que tão umbilicalmente está ligado a este país irmão. Acontece que deste lado do atlântico a tristeza, o desespero estão a tomar conta das pessoas. Pessoalmente entendo que temos muito mais a apreender com o Brasil do que com os países modelo do norte da Europa, onde tudo é muito certinho, os governos tratam as pessoas muito bem, mas não conseguem lidar com altas taxas de suicídio no norte da Europa. Alguns dizem que a falta de sol é um dos principais responsáveis por este infeliz desenlace. Pessoalmente não sei do que será, mas de uma coisa eu sei. Gostava muito que em 2013 os portugueses fossem contagiados pela alegria, a boa disposição que os brasileiros irradiam.
Merda de Natal
Aproxima-se a "passos" largos, uma das festas que deveriam ser de maior partilha, união e felicidade entre as pessoas. Infelizmente temo que este Natal, seja o pior Natal de muitos anos para muita gente que se vê confrontado com uma realidade que desconhecia. O flagelo do desemprego veio para ficar e como se não bastasse atingir aqueles que dele nunca conseguiram fugir atinge também muitos quenunca pensaram chegar a esta altura do ano e ter o coração apertado, um nó na garganta por sentirem na pele o que é de fato a pobreza que tem um efeito ainda mais devastador nesta época festiva do ano. A ideia de que não temos para dar, à família, aos filhos, à mãe seja a quem for e não ter o que comprar porque o dinheiro não existe é assustadora. Pensemos todos naqueles que por vezes estão ao nosso lado e nem imaginamos o sofrimento porque passam.
Outra das coisas que mais me deixa triste no Natal é a tecnologia. Não sou bicho do mato, mas tenho saudades dos tempos em que o Natal se desejava cara a cara, abraço a abraço, beijo a beijo e podíamos perceber aquilo que ía na alma das pessoas.
Trocou-se o contato pessoal pelo telefone, depois pelo sms e finalmente pelo facebook. Tenho saudades das vozes das pessoas dos abraços e dos risos das palermices que a muitos só víamos uma vez por ano.
Estamos progressivamente a afastarmo-nos daqueles de quem gostamos e o pior é que nem damos conta disso.
Um Feliz Natal para todos vocês.
Pedido ao Pai Natal
Todos nós já tivemos oportunidade de visionar imagens de fome em África. As imagens de tão frequente que são já empederniram o nosso coração fazendo com que a maior parte das vezes mudemos de canal de página sempre que estas imagens nos passam à frente. A vulgarização destas imagens associadas ao fato de pensarmos que isto deve ser resolvido por "outros" governos incluídos, "ajuda-nos" a conviver melhor com o flagelo da fome e da miséria que grassa por este mundo fora.
Infelizmente e felizmente pode parecer contraditório, mas não é, Portugal assiste a um cenário de fome e de miséria é aqui que entra o felizmente. É que estas pragas não são tão acentuadas como em África, não merecendo porém o desdém com que muito de nós olhamos para ela, também se acentua em portugal. Começando nos políticos, passando por alguns empresários e pela maior parte de nós temos a tendência de assobiar para o lado. Este ano, não será um Natal Feliz para muitos portugueses. Pior ainda a maior parte deles não contribuiu em nada para estar na situação em que se encontram.
Encontro na empresa onde trabalho algumas pessoas que não nesta altura, mas durante todo o ano dedicam parte do seu tempo a ajudar aqueles que mais precisam. São pessoas fantásticas. São exatamente aquele tipo de pessoas que aqueles mais endinheirados pagavam para as terem como amiga(os). Felizmente esta gente não tem preço.
Assim não peço, imploro,suplico a cada um de nós que este Natal seja mais fraterno com aqueles que esquecemos durante todo o ano. Tornemos este Natal um pouco menos sofrível para aqueles que sem culpa se viram atirados para uma situação de desespero. Façam disto o vosso presente de Natal.
Vergonha
Nunca pensei que algum dia, da minha boca poderia sair uma frase como estas. A qualidade da classe política que nos devia "servir" é pior do que escumalha. Tenho vergonha de ser português e viver num país governado por estes portugueses. O Jornal de Notícias traz hoje para a primeira página a foto e uma afirmação de um dos representantes da Troika que afirma que o dinheiro emprestado pela referida Troika é muito barato. Só um aparte não conheço num passado de trinta e muitoa anos de democracia um político ou ex político que esteja desempregado ou a viver do rendimento social de inserção. O mesmo Jornal de Notícias relata no seu interior que um aluno do 11º ano com 18 anos desmaiou na sala de aulas com fome. Não se trata de um aluno que abandonou os estudos, por mau comportamento ou porque tem um currículo de faltas atrás dele que são merecedores de qualquer reparo. Não, é FOME. Como poderão dormir descansados os políticos portugueses, alguns empresários que se advogam os donos da verdade com situações como estas? Como é possível em pleno século XXI acontecer isto no meu Portugal. Em tempos um membro do nosso governo explicou que os nossos jovens deviam de emigrar, eu digo que quem devia de ser obrigado a emigrar seriam os políticos portugueses para o raio que os parta.
Dias difíceis

Vivemos dias particularmente díficeis. mas por esta ou aquela razão existem momentos na nossa vida que se apresentam mais complicados. Confesso que hoje me sinto assim. Parece que o mundo desabou nas minhas costas. Problemas de saúde com um familiar, a morte do pai de um amigo no começo do dia, reuniões que no final nos questionamos sobre o nosso papel naquele "filme". Colegas em que o denominador comum é o desânimo face á conjuntura atual.A ameaça de mais uma série de despedimentos à vista.Um governo que nos desgoverna. Uma sociedade com uma total ausência de valores.
Esta é a realidade que com toda a certeza todos nós de uma forma ou de outra todos nós sentimos na pele em algum momento. Esta vida não foi feita para pessoas normais. Passamos grande parte do nosso dia com a máscara na cara pois não nos é permitido sermos nós, termos opiniões, numa sociedde onde o cinismo impera. Somos "obrigados" a dizer aquilo que o outro quer ouvir e não o que nos vai na alma. Faz toda a diferença é por isso que apesar de alguma crueldade na sinceridade com que muitas vezes nos presenteam as crianças regra geral são felizes. Mas porque é que matámos, adormecemos a criança que existe em nós?
A sociedade assim nos obriga. Acobardamo-nos, votamos sempre no politicamente correto e a seguir queixamo-nos, Mentimos quando estamos em desacordo para que nada nos aconteça, não nos é permitido entrar no local de trabalho tristes pois podemos contaminar os colegas e somos uma má influência. ocultamos os nossos sentimentos e pouco a pouco o nosso coração vai ficando mais empedernido e já não reagimos ás más notícias que nos entram pelos ecrans das televisões, pelos jornais etc...Aquilo que à anos atrás nos incomodava hoje viramos a cara para o lado e achamos normal.
Posto isto parece-me que somos um bando de fantoches que reagimos em função daquilo que as pessoas esperam de nós e não daquilo que na essência somos.
Acredito piamente que estes dias se vão perpetuar na sociedade em que vivemos. A felicidade tal e qual a conhecemos está a ser trocada por gadgets, a família base fundamental de uma sociedade está em vias de extinção.
Vale a pena pararmos e pensarmos que raio de vida é que estamos a ter.
Pobre Portugal
Pobre Portugal
Este país à beira mar plantado não consegue desenvecilhar-se do triste fado que o acompanha desde a implementação da democracia em Abril de 1974.
Continuamos a ser governados por um bando que pintado de uma cor durante uma le...
Este país à beira mar plantado não consegue desenvecilhar-se do triste fado que o acompanha desde a implementação da democracia em Abril de 1974.
Continuamos a ser governados por um bando que pintado de uma cor durante uma le...
gislatura, pintado de outra na legislatura seguinte, levou-nos á situação em que estamos. Em boa verdade podemos afirmar que nós somos os culpados, todos os portugueses que não viram alternativa nos outros partidos e teimaram em dar o poder sempre aos mesmos. O resultado está aí. Estamos na banca rota, devemos dinheiro ao FMI e à UE, sem que cada um dos portugueses tenha contribuído para esta dívida. As tão faladas parcerias público privadas(falo das concessões das autoestradas, pontes caminhos de ferro etc.. que servem de refúgio a ex-políticos) têm taxas de juro de 21%. Estas taxas de juro inconcebíveis exlicam a razão da existência destas parcerias. Aquilo que o estado conseguiria fazer endividando-se a 5%, preferiu pagar 21% dividindo os custos e não os proveitos com estas empresas. A isto costuma dar-se um nome: Roubo.
Não só o povo português se encontra indignado, como esta gente não tem vergonha na cara. O grupo parlamentar do PS numa altura em que a pobreza, o desemprego, e a fome povoam a casa dos portugueses, acha natural gastar 210.000 euros em viaturas Audi e VW (http://www.jn.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=2821032).
Como se não bastasse, a associação de ex-deputados gastou 286.000 euros do orçamento da Assembleia da República, para entre outras coisas organizar um torneio de golfe na insuspeita "Quinta da Marinha" (http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/estado-golfe-deputados-orcamento-assembleia-da-republica-ultimas-noticias/1381817-1730.html). De fato os portugueses não têm razões para andarem desiludidos. É este o Portugal que temos.
Não só o povo português se encontra indignado, como esta gente não tem vergonha na cara. O grupo parlamentar do PS numa altura em que a pobreza, o desemprego, e a fome povoam a casa dos portugueses, acha natural gastar 210.000 euros em viaturas Audi e VW (http://www.jn.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=2821032).
Como se não bastasse, a associação de ex-deputados gastou 286.000 euros do orçamento da Assembleia da República, para entre outras coisas organizar um torneio de golfe na insuspeita "Quinta da Marinha" (http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/estado-golfe-deputados-orcamento-assembleia-da-republica-ultimas-noticias/1381817-1730.html). De fato os portugueses não têm razões para andarem desiludidos. É este o Portugal que temos.
Que me desculpe o meu amigo Miguel, mas não resisti a partilhar este texto que colocou no seu blog.
Posted by Miguel in devida comédia
O escritor espanhol Juan José Millás, editado em várias dezenas de países, publicou o texto que vão ler abaixo no El Pais. O artigo é já um fenómeno nas redes sociais, comentado em várias latitudes. É importante e ainda bem. Sinal de que as palavras podem e ainda querem dizer algo de substancial (ao contrário do que se faz dentro da eurocracia, como lembra hoje Rui Tavares, no Público). Pena que se leia, se discuta, se guarde, se clique no «like», se partilhe…e mais nada. Amanhã será um dia igual. Mas se as palavras fossem, de facto, corpo e movimento, amanhã podia ser um dia diferente. O primeiro dia do resto das nossas vidas, quem sabe?
O cano de uma pistola pelo cu
Por Juan José Millás
Se percebemos bem – e não é fácil, porque somos um bocado tontos -, a economia financeira é a economia real do senhor feudal sobre o servo, do amo sobre o escravo, da metrópole sobre a colónia, do capitalista manchesteriano sobre o trabalhador explorado. A economia financeira é o inimigo da classe da economia real, com a qual brinca como um porco ocidental com corpo de criança num bordel asiático.
Esse porco filho da puta pode, por exemplo, fazer com que a tua produção de trigo se valorize ou desvalorize dois anos antes de sequer ser semeada. Na verdade, pode comprar-te, sem que tu saibas da operação, uma colheita inexistente e vendê-la a um terceiro, que a venderá a um quarto e este a um quinto, e pode conseguir, de acordo com os seus interesses, que durante esse processo delirante o preço desse trigo quimérico dispare ou se afunde sem que tu ganhes mais caso suba, apesar de te deixar na merda se descer.
Se o preço baixar demasiado, talvez não te compense semear, mas ficarás endividado sem ter o que comer ou beber para o resto da tua vida e podes até ser preso ou condenado à forca por isso, dependendo da região geográfica em que estejas – e não há nenhuma segura. É disso que trata a economia financeira.
Para exemplificar, estamos a falar da colheita de um indivíduo, mas o que o porco filho da puta compra geralmente é um país inteiro e ao preço da chuva, um país com todos os cidadãos dentro, digamos que com gente real que se levanta realmente às seis da manhã e se deita à meia-noite. Um país que, da perspetiva do terrorista financeiro, não é mais do que um jogo de tabuleiro no qual um conjunto de bonecos Playmobil andam de um lado para o outro como se movem os peões no Jogo da Glória.
A primeira operação do terrorista financeiro sobre a sua vítima é a do terrorista convencional: o tiro na nuca. Ou seja, retira-lhe todo o caráter de pessoa, coisifica-a. Uma vez convertida em coisa, pouco importa se tem filhos ou pais, se acordou com febre, se está a divorciar-se ou se não dormiu porque está a preparar-se para uma competição. Nada disso conta para a economia financeira ou para o terrorista económico que acaba de pôr o dedo sobre o mapa, sobre um país – este, por acaso -, e diz “compro” ou “vendo” com a impunidade com que se joga Monopólio e se compra ou vende propriedades imobiliárias a fingir.
Quando o terrorista financeiro compra ou vende, converte em irreal o trabalho genuíno dos milhares ou milhões de pessoas que antes de irem trabalhar deixaram na creche pública – onde estas ainda existem – os filhos, também eles produto de consumo desse exército de cabrões protegidos pelos governos de meio mundo mas sobreprotegidos, desde logo, por essa coisa a que chamamos Europa ou União Europeia ou, mais simplesmente, Alemanha, para cujos cofres estão a ser desviados neste preciso momento, enquanto lê estas linhas, milhares de milhões de euros que estavam nos nossos cofres. E não são desviados num movimento racional, justo ou legítimo, são-no num movimento especulativo promovido por Merkel com a cumplicidade de todos os governos da chamada zona euro.
Tu e eu, com a nossa febre, os nossos filhos sem creche ou sem trabalho, o nosso pai doente e sem ajudas, com os nossos sofrimentos morais ou as nossas alegrias sentimentais, tu e eu já fomos coisificados por Draghi, por Lagarde, por Merkel, já não temos as qualidades humanas que nos tornam dignos da empatia dos nossos semelhantes. Somos simples mercadoria que pode ser expulsa do lar de idosos, do hospital, da escola pública, tornámo-nos algo desprezível, como esse pobre tipo a quem o terrorista, por antonomásia, está prestes a dar um tiro na nuca em nome de Deus ou da pátria.
A ti e a mim, estão a pôr nos carris do comboio uma bomba diária chamada prémio de risco, por exemplo, ou juros a sete anos, em nome da economia financeira. Avançamos com ruturas diárias, massacres diários, e há autores materiais desses atentados e responsáveis intelectuais dessas ações terroristas que passam impunes entre outras razões porque os terroristas vão a eleições e até ganham, e porque há atrás deles importantes grupos mediáticos que legitimam os movimentos especulativos de que somos vítimas.
A economia financeira, se começamos a perceber, significa que quem te comprou aquela colheita inexistente era um cabrão com os documentos certos. Terias tu liberdade para não vender? De forma alguma. Tê-la-ia comprado ao teu vizinho ou ao vizinho deste. A atividade principal da economia financeira consiste em alterar o preço das coisas, crime proibido quando acontece em pequena escala, mas encorajado pelas autoridades quando os valores são tamanhos que transbordam dos gráficos.
Aqui se modifica o preço das nossas vidas todos os dias sem que ninguém resolva o problema, ou mais, enviando as autoridades para cima de quem tenta fazê-lo. E, por Deus, as autoridades empenham-se a fundo para proteger esse filho da puta que te vendeu, recorrendo a um esquema legalmente permitido, um produto financeiro, ou seja, um objeto irreal no qual tu investiste, na melhor das hipóteses, toda a poupança real da tua vida. Vendeu fumaça, o grande porco, apoiado pelas leis do Estado que são as leis da economia financeira, já que estão ao seu serviço.
Na economia real, para que uma alface nasça, há que semeá-la e cuidar dela e dar-lhe o tempo necessário para se desenvolver. Depois, há que a colher, claro, e embalar e distribuir e faturar a 30, 60 ou 90 dias. Uma quantidade imensa de tempo e de energia para obter uns cêntimos que terás de dividir com o Estado, através dos impostos, para pagar os serviços comuns que agora nos são retirados porque a economia financeira tropeçou e há que tirá-la do buraco. A economia financeira não se contenta com a mais-valia do capitalismo clássico, precisa também do nosso sangue e está nele, por isso brinca com a nossa saúde pública e com a nossa educação e com a nossa justiça da mesma forma que um terrorista doentio, passo a redundância, brinca enfiando o cano da sua pistola no rabo do sequestrado.
Há já quatro anos que nos metem esse cano pelo rabo. E com a cumplicidade dos nossos.

O cano de uma pistola pelo cu
Por Juan José Millás
Se percebemos bem – e não é fácil, porque somos um bocado tontos -, a economia financeira é a economia real do senhor feudal sobre o servo, do amo sobre o escravo, da metrópole sobre a colónia, do capitalista manchesteriano sobre o trabalhador explorado. A economia financeira é o inimigo da classe da economia real, com a qual brinca como um porco ocidental com corpo de criança num bordel asiático.
Esse porco filho da puta pode, por exemplo, fazer com que a tua produção de trigo se valorize ou desvalorize dois anos antes de sequer ser semeada. Na verdade, pode comprar-te, sem que tu saibas da operação, uma colheita inexistente e vendê-la a um terceiro, que a venderá a um quarto e este a um quinto, e pode conseguir, de acordo com os seus interesses, que durante esse processo delirante o preço desse trigo quimérico dispare ou se afunde sem que tu ganhes mais caso suba, apesar de te deixar na merda se descer.
Se o preço baixar demasiado, talvez não te compense semear, mas ficarás endividado sem ter o que comer ou beber para o resto da tua vida e podes até ser preso ou condenado à forca por isso, dependendo da região geográfica em que estejas – e não há nenhuma segura. É disso que trata a economia financeira.
Para exemplificar, estamos a falar da colheita de um indivíduo, mas o que o porco filho da puta compra geralmente é um país inteiro e ao preço da chuva, um país com todos os cidadãos dentro, digamos que com gente real que se levanta realmente às seis da manhã e se deita à meia-noite. Um país que, da perspetiva do terrorista financeiro, não é mais do que um jogo de tabuleiro no qual um conjunto de bonecos Playmobil andam de um lado para o outro como se movem os peões no Jogo da Glória.
A primeira operação do terrorista financeiro sobre a sua vítima é a do terrorista convencional: o tiro na nuca. Ou seja, retira-lhe todo o caráter de pessoa, coisifica-a. Uma vez convertida em coisa, pouco importa se tem filhos ou pais, se acordou com febre, se está a divorciar-se ou se não dormiu porque está a preparar-se para uma competição. Nada disso conta para a economia financeira ou para o terrorista económico que acaba de pôr o dedo sobre o mapa, sobre um país – este, por acaso -, e diz “compro” ou “vendo” com a impunidade com que se joga Monopólio e se compra ou vende propriedades imobiliárias a fingir.
Quando o terrorista financeiro compra ou vende, converte em irreal o trabalho genuíno dos milhares ou milhões de pessoas que antes de irem trabalhar deixaram na creche pública – onde estas ainda existem – os filhos, também eles produto de consumo desse exército de cabrões protegidos pelos governos de meio mundo mas sobreprotegidos, desde logo, por essa coisa a que chamamos Europa ou União Europeia ou, mais simplesmente, Alemanha, para cujos cofres estão a ser desviados neste preciso momento, enquanto lê estas linhas, milhares de milhões de euros que estavam nos nossos cofres. E não são desviados num movimento racional, justo ou legítimo, são-no num movimento especulativo promovido por Merkel com a cumplicidade de todos os governos da chamada zona euro.
Tu e eu, com a nossa febre, os nossos filhos sem creche ou sem trabalho, o nosso pai doente e sem ajudas, com os nossos sofrimentos morais ou as nossas alegrias sentimentais, tu e eu já fomos coisificados por Draghi, por Lagarde, por Merkel, já não temos as qualidades humanas que nos tornam dignos da empatia dos nossos semelhantes. Somos simples mercadoria que pode ser expulsa do lar de idosos, do hospital, da escola pública, tornámo-nos algo desprezível, como esse pobre tipo a quem o terrorista, por antonomásia, está prestes a dar um tiro na nuca em nome de Deus ou da pátria.
A ti e a mim, estão a pôr nos carris do comboio uma bomba diária chamada prémio de risco, por exemplo, ou juros a sete anos, em nome da economia financeira. Avançamos com ruturas diárias, massacres diários, e há autores materiais desses atentados e responsáveis intelectuais dessas ações terroristas que passam impunes entre outras razões porque os terroristas vão a eleições e até ganham, e porque há atrás deles importantes grupos mediáticos que legitimam os movimentos especulativos de que somos vítimas.
A economia financeira, se começamos a perceber, significa que quem te comprou aquela colheita inexistente era um cabrão com os documentos certos. Terias tu liberdade para não vender? De forma alguma. Tê-la-ia comprado ao teu vizinho ou ao vizinho deste. A atividade principal da economia financeira consiste em alterar o preço das coisas, crime proibido quando acontece em pequena escala, mas encorajado pelas autoridades quando os valores são tamanhos que transbordam dos gráficos.
Aqui se modifica o preço das nossas vidas todos os dias sem que ninguém resolva o problema, ou mais, enviando as autoridades para cima de quem tenta fazê-lo. E, por Deus, as autoridades empenham-se a fundo para proteger esse filho da puta que te vendeu, recorrendo a um esquema legalmente permitido, um produto financeiro, ou seja, um objeto irreal no qual tu investiste, na melhor das hipóteses, toda a poupança real da tua vida. Vendeu fumaça, o grande porco, apoiado pelas leis do Estado que são as leis da economia financeira, já que estão ao seu serviço.
Na economia real, para que uma alface nasça, há que semeá-la e cuidar dela e dar-lhe o tempo necessário para se desenvolver. Depois, há que a colher, claro, e embalar e distribuir e faturar a 30, 60 ou 90 dias. Uma quantidade imensa de tempo e de energia para obter uns cêntimos que terás de dividir com o Estado, através dos impostos, para pagar os serviços comuns que agora nos são retirados porque a economia financeira tropeçou e há que tirá-la do buraco. A economia financeira não se contenta com a mais-valia do capitalismo clássico, precisa também do nosso sangue e está nele, por isso brinca com a nossa saúde pública e com a nossa educação e com a nossa justiça da mesma forma que um terrorista doentio, passo a redundância, brinca enfiando o cano da sua pistola no rabo do sequestrado.
Há já quatro anos que nos metem esse cano pelo rabo. E com a cumplicidade dos nossos.
2 de Agosto. Um dia muito importante
Hoje dia 2 de Agosto, é um dia deveras importante para mim e para a maior parte dos portugueses. Passo a explicar: O grau de importância para mim é porque hoje faz anos um gajo que é daquelas pessoas que gostamos de ter como amigos. Penso que todas as pessoas se revelam de uma maneira ou de outra pela forma como se relacionam com os pais. Digo isto (não sou psicólogo) mas a relação que temos com os nossos pais definem sobremaneira quem somos, como fomos educados e o respeito que temos pelos outros. Este gajo que faz hoje anos (milhões deles devem fazer ano em hoje) tem a particularidade de ser meu sobrinho. Fico encantado pro ter sobrinhos assim. Obrigado Daniel. A outra razão pela qual este dia é muito importante tem a ver com a entrada hoje mesmo do novo código de trabalho. Este código de trabalho que vai ficar na história por ter o acordo de uma central sindical na pessoa do snr João Proença vai permitir aos patrões poder despedir por razões que a razão desconhece. Segundo os nossos governantes e este dirigente sindical, este código de trabalho vai permitir agilizar o mercado de trabalho e fomentar o emprego. Eu cá por mim levanto muitas reservas que a economia portuguesa, que as empresas portuguesas sejam mais competitivas á custa de baixos salários, baixas indeminizações. Porque contra isto existirá sempre um indiano, um chinês ou um paquistanês a produzir por um valor bem mais baixo do que aquele que alguma vez poderíamos produzir. Gostaria de ver contemplado neste código de trabalho um regime de reprocidade, onde os trabalhadores pudessem utilizar o mesmo código para poder despedir os patrões incompetentes que compram ferraris em vez de atualizarem as suas empresas, que vão de férias para as caríbas em vez de aumentarem os postos de trabalho e permitem-se a explorar quem lá trabalha. Mas isto sou eu a sonhar. Espero, desejo daqui a um ano poder ter mantido o meu emprego e cá estaremos para fazer o balanço desta nova lei. Até lá Daniel, não merecias que o teu aniversário ficasse marcado por este acontecimento.
Censura
Tive o privilégio de conhecer o Bispo D. Januário Torgal Ferreira numa das poucas deslocações que fiz ao santuário de Fátima já lá vão uns bons anos. Apresentado por um "irmão" meu que é padre, desde logo me impressionou o fato de estar perante um bispo, que despiu a " farda" e me colocou perfeitamente á vontade sem aquela distância que alguns bispos teimam em manter dos seus fieis.
Não me surpreende em nada as afirmações de D. Januário Torgal à TVI visando o governo e apelidando alguns dos seus membros de corruptos. O passado bem mais do que recente dão-lhe toda a razão. Também não me espanta a reação do ministro da defesa. O passado também ele fala por si. O poder nunca conviveu bem com a Igreja sempre que algum dos seus menbros despiu a farda e falou como cidadão preocupado e atento perante as dificuldades que o povo português passa. Foi assim com bispo António Ferreira Gomes, com o bispo emérito de Setúbal D. Manuel Martins. Como já não bastasse um voto de castidade, os governos entendem que a igreja deve também o voto de silêncio perante todas as injustiças. Vivemos tempos em que a desinformação, as notícias encomendadas, já não conseguem mascarar a miséria que o povo português foi remetido.
Sobra a D. Januário o que falta em política ao Porto. Uma voz, um líder que se faça ouvir e que fielmente represente as gentes do Norte do País. Não é á toa que o D. Januário é um homem do Porto. Que nunca lhe doa a voz.
Caridade Barata
Antes de mais deixo bem claro a minha declaração de intenções. Sou Benfiquista de corpo e alma. Dito isto, dedico umas breves palavras para discordar do jogo de benificência que aconteceu ontem no Estádio da Luz promovido pela fundação Luis Figo. Sou daqueles que entendem que existem fundações a mais em Portugal e que muitas encerram objetivos muito pouco claros. Maior parte das fundações não têm relevância na opinião pública portuguesa e em nada contribuem para melhorar o que quer que seja a qualidade de vida do povo português. Creio no entanto que neste caso ainda mais evidente se torna. Tomemos o caso do Jogo de futebol de ontem que reuniu a equipa do Figo e Friends. Tratou-se de uma operação em que se pediu a um sem numero de adeptos de futebol para contribuirem creio com 10 euros cada para ajudar quem tem fome. Acho esta iniciativa de uma impostorice a toda a prova. A fundação Luis Figo promove o jogo, o Luís Figo que ainda tem mal explicado ao apoio ao José Sócrates e os dinheiros mal explicados dos patrocínios bancários ou estatais que recebe tem uma promoção em todos os media portugueses pago com o dinheiro dos otários que acederam a ver o jogo. A fundação Luís Figo teria isso sim uma atitude louvável se solicitasse a cada uma das vedetas que desfilaram ontem no estádio da luz, que contribuissem com algum do que muito ganharam e com toda a certeza teriam arrecadado mais dinheiro do que aquele que os 30.000 portugueses deixaram nas bilheteiras do estádio.
Assim é fácil fazer boas ações.
Valeu a pena
Finalmente os portugueses começam a ver a luz ao fundo do túnel. Perante o brutal aumento de impostos a que os portugueses foram submetidos, os resultados de tal esforço começam agora a aparecer. Segundo o "Jornal de Notícias" de ontem, o risco de despedimenos coletivos mais do que duplicaram até Maio. Segundo o mesmo jornal, a zona norte do país é responsável por um aumento considerável nas exportações de ouro. Não , não se trata de qualquer jazida encontrada, são as famílias que vendem o seu ouro para fazer face ás mais básicas necessidades do dia a dia. Enfermeiros qualificados são contratados a 4 euros por hora, sendo que este vencimento ao final de cada mês corresponde a menos do valor do salário mínimo nacional. O comércio no Norte do país, perde 33.000 empregos num só ano. o estado português prepara-se segundo o "Jornal de Negócios" para aumentar as rendas sociais em 150%. Entretanto o "Diário de Notícias" informa a faculdade de arquitetura de lisboa, aconselha os seus alunos a endividarem-se junto da caixa geral de depósitos, para desta forma pagarem as propinas. Já o "Público" traz uma notícia mais tranquilizadora: mais de dez mil famílias e empresas pediram falência no primeiro semestre de 2012.
Estamos como se pode comprovar a luz ao fundo do túnel, mas como costuma dizer um cómico empresário português, por vezes a luz ao fundo do túnel é a do comboio que caminha na nossa direção.
Obrigado
Este espaço começou por ser um espaço livre onde escrevo aquilo que me passa pela cabeça. Temo que porventura demasiadas vezes a política tenha entrado aqui mais vezes do que aquilo que os políticos portugueses merecem. Creiam que quando me refiro a esta classe é sem dúvida pelas injustiças, incertezas e sofrimento que traz ao povo de que eu faço parte. Nada me move a favor da classe política. Tenho inclusivé repulsa em falar de uma classe que tão mal faz ao seu povo e que sobrevive à custa dele.
Mas a razão do meu agradecimento deve-se ao fato de constatar que o numero de cidadãos brasileiros que fazem o favor de se gostarem deste blogue deixa-me orgulhoso. Não encontro resposta para este numero de brasileiros que se interessam pelas "parvoíces" que escrevo.
Obrigado a todos do país irmão que "perdem" o seu tempo a lerem aquilo que me vai pela cabeça.
Subscrever:
Mensagens (Atom)