Amigos do alheio

Estava a ver que o dia de hoje não chegava ao fim. Confesso que foi um daqueles dias em que mais valia ter ficado em casa. Começou pela manhã no trabalho e prosseguiu no decorrer do dia. Durante o almoço com um amigo recebo um agradável telefonema a informar-me que a minha casa tinha sido assaltada. Comecei por brincar com a pessoa que me telefonou argumentando era algo a que já me tinha habituado, desde o primeiro ministro, passando pela ministra das finanças, tenho-me sentido roubado todos os dias nestes últimos anos. O pior é que isto gera maus hábitos nos portugueses. Sem ter certezas nenhuma presumo que um ilustre português tenha olhado para a minha casa e tenha pensado(ainda por cima bem)que se este palerma não faz queixa de quem o rouba à grande e à portuguesa, porque razão iria eu apresentar queixa de um ladrãozeco? Não que o senhor ladrão não tenha razão, mas não consigo tolerar que entrem na minha casa e fique com uma estranha sensação que voltaram a minha privacidade. Caro senhor ladrão, bem sei que muito provavelmente este texto nunca lhe chegará às suas mãos, mas como pode comprovar enganou-sena casa. Depois de roubado todos os meses por um coelho que mais parece um rato, pouco lhe restou para roubar. Assim aceite a minha sugestão e mude-se para Lisboa que terá com toda a certeza em S.Bento muito mais do que roubar do que na minha humilde casinha.

A bota de ouro

Cristiano Ronaldo quer se goste ou não ganhou merecidamente a bola de ouro de 2013. Teve de subir ao palco onde miserávelmente se encontrava um senhor de seu nome Blatter e outro de Platini que no decorrer da votação tiveram um comportamento reprovável em relação ao CR7. Apesar de tudo Cristiano teve a sensibilidade para não os deixar de mão pendurada. Em Portugal, os oportunistas também não demoraram muito, a um certo aproveitamento, colando-se de imediato à imagem de Ronaldo apelidando-o de fenómeno e fazendo dele um exempo a seguir. Políticos de vários quadrantes não tardaram a aproveitar e nas televisões, nas rádios e nos jornais a manifestarem a atitude que deveria ser comum a todods os portugueses. Trabalho, esforço, dedicação e superação presumo que estejam reunidas as principais qualidades de Cristiano Ronaldo. Curioso é o facto de que estes não são os instrumentos para se triunfar em Portugal. A olhar para o que se lê hoje nos jornais sobre submarinos, sobre um ex ministro de teve de pagar uma caução de cinco milhões, leva-me a pensar que estes atributos que o Ronaldo tem só servem para vencer no estrangeiro. Aqui netes retângulo chamado Portugal, o compadrio, o conluio, a influência e a falta de seriedade, são argumentos mais do que suficientes para se vingar neste país.

Generosidade

Um destes dias dei conta de um artigo de opinião do Paulo Morais sobre as campanhas de Natal que de uma forma geral as instituíções de caridade promovem por esta altura do ano. Ao ler este artigo dei-me conta de uma realidade que me passava habitualmente ao lado. Eu que nestas alturas costumo ser generoso nas ofertas que faço ao Banco Alimentar contra a Fome. Segundo ele as grandes superfícies e o estado são os grande beneficiados da nossa caridade chegando de fato a quem precisa uma pequena parte do esforço que todos os que colaboram nesta iniciativa contribuem. A "coisa" explica-se mais ou menos assim: Quem lucra com estas iniciativas? 1º As grandes superfícies, atravês da difusão que os colaboradores do BACF fazem todos nós aumentámos as vendas dos hipermercados, ou seja sem qualquer custo em nenhuma campanha promocional vêm as suas vendas aumentarem sem terem feito nada para isso. 2ºO estado essa maravilha que a democracia nos proporciona. Aumenta as suas receitas de IVA á custa da boa vontade de quem pretende ajudar quem mais necessita. Este ano foi com toda a certeza, até porque já contribuí o último ano em que me deixei levar por esta iniciativa. Existem ainda, embora cada vez menos pessoas que podem nesta altura doar alguma coisa para quem menos tem e estes são cada vez mais. Nesse sentido para aqueles como eu que ainda podem doar alguma coisa, quando virem alguém a pedir, convidem-no a tomar um copo de leite e a comer um bolo. Talvez tenham a "sorte" de conhecer uma história de vida que como tantas que nos vai fazer pensar, e no fim, no fim se puderem comprem aquilo que realmente lhe faz falta. Ou então, vão junto das instituições de caridade e entreguem aí os vossos donativos comprados preferencialmente na mercearia da esquina que tanto precisa. Um Bom Natal e Feliz para todos

Cobardia

Não sou afiliado em nenhum partido. Sou daqueles que entendem que os nossos representantes políticos são um pouco como os jogadores de futebol. Jogam numa equipa mas podiam muito bem jogar no seu concorrente mais direto. Tenho muita má impressão dos políticos que nos governam e daqueles que nos pretendem governar. Ainda estou à espera de ver (lá vem de novo o Pai Natal que eu ainda acredito)a maioria dos políticos a explicarem como é que enriqueceram. Ainda estou para ver, a razão de serem tão "mal remunerados", mas mesmo assim não quererem sair da esfera do governo ou dos "tachos" que o governo proporciona. Ainda estou para ver qual o político que ficou desempregado depois de acabar o seu mandato. Vem isto a propósito da entrevista dada pelo Fernando Moreira de Sá à Visão esta semana que passou. É verdade Fernando, que a tua ânsia de ir cada vez mais longe, possivelmente te levou a dizer coisas que possívelmente hoje não as dirias, mas depois....já é tarde. Creio, no entanto, que apesar de tudo veio ao mais comum dos mortais, traduzir a postura (para não lhe chamar outra coisa)que alguns agentes da nossa vida política, jornalística, têm perante a nossa sociedade. Quem me conhece sabe que utiliza a velha frase de um amigo meu que afirma o seguinte: "Quando vires uma mulher a bater no peito três vezes a dizer que é séria,é puta de certeza absoluta", esta verdade também é válida para os nossos políticos que juram respeito, fidelidade, honradez à nossa constituição e depois se traduzem em vendilhões do templo. A este respeito, salvo raras exceções (e eu conheço um bom punhado delas, a começar pelo Miguel Carvalho)a profissão de jornalista não é muito diferente da de meretriz, como o Fernando tão bem exemplifica na sua tese. Acontece que tudo o que ele expressa na entrevista, não é novidade para ninguém que anda no meio. O que me espanta é perceber a razão pela qual algumas das "aves raras" venham a terreiro fingirem que estão chocadas, que estão espantadas e que tudo isto é novidade para elas. Em qualquer dos casos, a vida política não traz amigos, pois não Fernando? É que, com estas revelações incomodando muita gente, têm pelo menos duas virtudes. A primeira é levar à opinião pública como se fazem políticos, acessores, ministros etc.., a outra é descobrirmos quem realmente são os nossos amigos. Lá dizia um político americano, pode-se enganar muita gente durante muito tempo, não se pode enganar toda a gente durante todo o tempo.

Publicidade vs Pobreza

A publicidade é um tema apaixonante para uns e desesperante para outros. A presença das marcas num admirável mundo novo chamado online veio criar uma (falsa) sensação que estando online estamos vivos. Ou melhor dizendo quem não estiver online não existe. Esta é uma meia verdade. Os gurus ligados às novas tecnologias vieram conquistando espaço e influenciaram decididamente que as empresas tem de estar online a qualquer custo. A publicidade online é tão perfeita(Quando bem feita) como os outros meios, no entanto a forma como se faz publicidade é desprovida de qualquer bom senso. Todos os dias não sei bem, de manhã (eu continuo a acreditar no pai natal)das primeiras coisas que faço quando ligo o meu computador é responder de uma forma simples com um click num site que doa um copo de comida a vítimas da fome ou de catástrofes por todo o Mundo. Ora quando não é o meu espanto (eu sei que o site necessita de patrocinadores para sobreviver)repito, trata-se de um site para dar comida a quem tem fome publicidade a uma campanha do Lidl que promove produtos de luxo (DELUXE).Numa outra parte do site aparece publicidade a férias no Club MED. Meus senhores dos departamentos de MKT. Isto é uma afronta a quem passa fome. A mania de comprar cliques de qualquer forma e ao valor mais baixo tem consequências como esta que são de fato reprováveis. Sensibilidade e qualquer ação que doe alimentos decerto fica mais barato do que aparecer num site que pede ajuda para combater a fome.

Profissões e outras coisas que tal.

Comecei desde muito cedo a trabalha numa agência de publicidade na cidade do Porto. Nessa altura essa agência de publicidade era pertencente ao maior grupo empresarial privado do país. Essa agência tinha ainda uma participação maioritária noutra que morava na porta ao lado e que tinha, no contato com os clientes e na criatividade a sua principal area de atividade, sendo que tinha uma participação de uma multinacional norte americana. Era de fato uma agência de peso no mercado nacional. Como se não bastasse o portfólio dos clientes do grupo empresarial, tinha um cliente da banca, uma das maiores empresas de construção civil do mercado etc.... A vida profissional fez com que percorresse várias empresas e mais um grupo de media antes de chegar à empresa onde agora estou. A profissão que abracei, levou-me à cerca de 30 anos atrás a perceber que na altura como hoje(já menos) era uma profissão que continha glamour.Desde a produção de anúncios, ao desenvolvimento de ideias para campanhas, tornou esta profissão o alvo de tanta e tanta gente por estar na moda. Evoluímos muito nesta area. A introdução de novas tecnologias, de novas métricas, a agressividade e a exigência do mercado, tirou algum "elan" à profissão de publicitário. Sinto saudades do tempo em que nos juntávamos junto a uma mesa e estudávamos a melhor estratégia para o briefing do cliente. Procurávamos, os melhores meios para que o cliente obtivesse os melhores resultados. O encanto pela profissão vai-se esmorecendo, fazendo com que cada um de nós seja obrigado a tirar o melhor da nossa imaginação para conseguir com que o cliente tenha a melhor solução na mão. Sem querer encontrar bodes expiatórios esta profissão continua a encerrar em si o encanto e uma valorização que para muitas pessoas vale nem que para isso não tenham as competências reunidas para ocuparem o lugar de diretor de marketing e/ou gestor de produto. Assistimos hoje a um conjunto de pessoas que ocupam estas posições garantidas atravês de um canudo seja lá ele de que area for, e com muitas certezas. Não sou médico, não sou sapateiro, muito menos arquiteto ou poderei ter a ilusão que sou primeiro ministro, no entanto, nunca vi tanta gente que percebesse de marketing e publicidade. Podemos falar de medicina e alguns calam-se porque não são médicos, podemos falar de construção civil e outros tantos se calam, no entanto se o tema é marketing ou publicidade todos têm uma palavra a dizer. Triste profissão esta em que mais parece um bordel.

Mundo Hipócrita

Vivemos num Mundo onde a hipocrisia impera. O Papa Francisco dizia recentemente que os países ricos tinham medo de pronunciar a palavra "solidariedade". Em muitos países considerados ricos esta palavra estava "banida" do seu dicionário. O Mundo do dinheiro, o Mundo empresarial, mudou-se para o extremo oriente e para o norte de África. Despediram-se incontáveis trabalhadores por toda a Europa. Em Portugal este processo não foi diferente, sendo até mais agudizado. Refém de uma economia frágil, as empresas com alguma pujança no setor do têxtil, calçado e até na indústria automóvel pertencente a multinacionais encerrou as suas unidades fabris e mudou-se para onde a mão de obra é mais barata. O sofrimento das pessoas não é chamado para empresários sem escrupulos e para governos corruptos que se deixa vender por meia dúzia de trocos a uma União Europeia que nos dá tostões para deixarmos de pescar, de cultivar e de produzir a troco de milhões nos acordos que fazem com outros países. Não me parece que é saindo de um país deixando milhares no desemprego por uma questão tem a ver tão somente com o maior lucro devido à mão de obra mais barata que esses países proporcionam, seja sequer o motivo para que alguma empresa ouse em pensar mudar a sua empresa. Mais cedo ou mais tarde esses paíse vão sofrer o mesmo. Aquilo que me parece mais incompreensível é que se façam guerras com argumentos pouco claros porque este país tem armas químicas, por que este ou aquele país tem uma riqueza que importa para as superpotências, que este ou aquele país possa ser invadido, destruído para que as multinacionais ganhem rios de dinheiro na reconstrução destes países. Estes mesmos países que tanto se incomodam com os direitos humanos (Não estou a desculpabilizar o governo Sírio, pelo atroz ataque com aramas químicas que merece toda a condenação), não tenham a coragem de fazer um embargo à China porque utiliza mão de obra infantil na produção de produtos para as multinacionais (Ver aqui) ou então ao mais recente caso de uma criança de 8 anos obrigada a casar com um homem de 40 e que faleceu na noite de núpcias (Ver aqui). Que Mundo é este?????

Férias

Hoje dei comigo a pensar como as redes sociais podem ter um efeito preverso na vida das pessoas. Como é óbvio só lá está quem quer. Vem isto a respeito sobre a informação que lá colocamos de âmbito mais pessoal. Lidámos todos os dias com conhecidos, colegas de trabalho, com amigos, familiares que devido ao estado em que o País está mergulhado, encontraram o caminho do desemprego, das dificuldades, do andar a procurar algo que os sustente. Ainda hoje um jornal diário relatava que não eram só os sem abrigo que recorriam à ajuda alimentar que algumas instituíções distribuem todos os dias à noite pelas ruas das grandes cidades, começa a encontrar-se famílias que sem dinheiro para fazer face às despesas no supermercado recorrem a esta soluão para "matar" a fome envergonhada. Com tanta gente em dificuldades neste retângulo de terra chamado Portugal existem pessoas que com todo o direito e com poder de compra não se coíbem de passar umas merecidas férias. A questão está se será que se lembram das dificuldades que o colega ao lado está a passar? Ou porventura alguma vez se deu ao trabalho e reparar que o colega (amigo, conhecido etc...) com que trabalhamos anda um pouco mais triste, mais desarranjado ou até no limite mais magro. Considero que se me encontrasse numa situação de alguma dificuldade e ainda tivesse dinheiro para aceder à Internet nem que fosse num quiosque possívelmente as fotos de viagens de férias ao Médio Oriente, Àsia ou Caraíbas deste grupo de indivíduos não me deixariam em bom estado. Num tempo em que as dificuldades são tantas fazer férias em destinos exóticos é quase um pecado. Soa quase como comer uma lagosta num restaurante e junto à janela algué estar a vasculhar no contentor do lixo algo para comer.

Os emigrantes e as férias de Verão

Tenho um profundo respeito por todos aqueles que na impossibilidade de conseguirem sustentar a sua família, neste cada vez mais triste País, se vejam na obrigação de procurar outras paragens para proporcionar a dignidade mínima que cada família tem direito. O final dos anos 60 e príncipios dos anos 70 em Portugal, foram anos de intensa emigração povoando os portugueses os 4 cantos do Mundo para fazer face à miséria, ou para fugirem a uma guerra injusta que se perpetuou por um Estado fechado sobre si próprio. No início do século XXI eis que os nossos governantes apelam de novo aos portugueses para emigrarem. Estes portugueses já mais qualificados, formados e investindo Portugal na sua educação estão assim "obrigados" a partilhar com utros povos a educação paga pelos povo português e que este país tanta falta dela tem. Mas não é sobre esta última geração de emigrantes que possívelmente e se tiverem juízo não voltam a este país deprimido, triste e sem soluções de fututro para lhes oferecer. Falo sim de alguns emigrantes que são filhos dos emigrantes da primeira geração e que aproveitam as festas na terra para se pavonearem na sua aldeia Natal. O comportamento insuportável por parte de alguns faz com que o termo emigrante seja normalmente mal conotado entre os portugueses. Eles apresentam-se com grandes carros, ocupam os restaurantes a falar francês, como se não tivessem efetuado milhares de kms e ainda estivessem no seu país de acolhimento. Esta presunção, fica-lhes mal. Parecem donos da aldeia, lugar ou vila de onde são originários.Comportam-se como seres superiores, banalizando quem está nessa altura a trabalhar. Nos hipermercados é um chinfrim provocado por uma vozearia em francês para com os seus congêneres como se estivessem num mercado a apregoar. Nos restaurantes não conseguem estar sentados nem conseguem esconder a ostentação provocando aqueles que arduamente trabalham cá em Portugal. Nos espaços públicos (piscinas) é como se a piscina fosse deles e não tivessem de respeitar a mais elementar da boa educação. Não serão todos assim. Felizmente ainda existem alguns que não se esqueceram quem eram antes de partir. Felizmente ainda existem emigrantes com respeito pelos outros e que sabem estar. O pior são os outros. E os outros são francamente maus.

Temos o direito de ser felizes no trabalho

Ontem durante o percurso de comboio que tive a oportunidade de fazer de Lisboa ao Porto dei comigo a pensar em todos aqueles que têm a "sorte" de terem um emprego, seja ele bem ou mal remunerado. Tornou-se um hábito nas empresas e em função do infeliz excesso de oferta de mão de obra que existe, ouvir-mos constantemente que existem no mercado mais de 500.000 pessoas dispostas a ocupar o nosso lugar de trabalho recebendo menos de metade do que atualmente cada um de nós recebe.
Reconheço que o mercado não está bom para as empresas, mas não posso deixar de reconhecer que está bem pior para quem nelas trabalha. A pressão exercida sobre as pessoas é de tal forma que está a deixar este país ainda mais deprimido do que os relatos sucessivos e crónicos sobre uma Troika que teima em tirar a independência e a soberania a um país com séculos de história. Claro que sim, claro que a culpa é dos portugueses porque não ousa por uma vez só tirar do poder quem sistematicamente nos coloca ano após ano pior do que já estávamos. Claro que a propaganda, claro que a imprensa, claro que os aparelhos dos partidos vão-nos pintando que estes sacrifícios são necessários para nos tirarem do beco que eles próprios nos colocaram. Daí um adormecimento da população em geral. Mas de fato esperava mais de uma das camadas sociais que a par dos idosos mais têm sofrido. Os jovens sempre tiveram ao longo da história um papel fundamental na opinião pública e na opinião política. O que se está a fazer com esta gente, com toda a gente é imoral. É de gente sem formação moral. Exigir aos portugueses, que paguem um sistema de ensino e depois se desperdicem os alunos formados e os convidemos a emigrar é coisinha de tontos. A falta de oportunidades gerada pelo estrangulamento da economia nacional tiramdo oportunidades aos jovens +e lastimoso. Ainda ontem no percurso de taxi conversava com o motorista que trabalhava na profissão à cerca de um ano. A verdeira profissão dele era programador informático que esteve ligado desde sempre à empresa atravês de um vínculo precário e assim que as coisas se complicaram vocês devem de adivinhar o desfecho.
Vejo em cada empresa que visito um semblante carregado, na cara das pessoas, os sorrisos desapareceram. As pessoas carregam fardos enormes às costas. Isto não é viver condignamente. Isto é passar pela vida a correr e a trabalhar cada vez mais e mais com prejuízos gravíssimos para a vida das pessoas. Lembro-me que em tempos idos comentávamos que os chineses viviam no seu local de trabalho comiam no seu local de trabalho e trabalhavem 12 horas por dia. Estamos assim hoje tão diferentes deles?

Indignação ao quadrado

Não posso deixar de ficar indignado com a notícia hoje publicada no jornal I em que afirma que a Assembleia da República Portuguesa teve no ano fiscal prejuízos no valor de milhares de euros. Este assunto por si só não é motivo suficiente para me deixar espantado, visto que em Portugal quase tudo que tenha intervenção estatal dá prejuízo. A razão da indignação trava-se pelo simples motivo em que um país que está sob intervenção da Troyka, que perdeu a sua independência para a senhora Merkel, que se prepara para anunciar mais medidas de austeridade, que tem em mãos um processo de despedimento de funcionários públicos possa ao mesmo tempo ter conseguido à presidente da Assembleia da República uma pensão de reforma no vaor de 7.300 euros por mês desde o momento em que a senhora perfez 42 anos. è óbviamente fazer-nos passar por estúpidos a todos os portugueses. Pergunto até quando vamos aguentar este tipo de situações onde quem governa faz leis para si mesmo que são um verdadeiro atentado a quem trabalha.
Já aqui tinha tido oportunidade de falar sobre o então bispo do Porto atual patriarca de Lisboa sobre uma intervenção que teve sobre a sexualidade na igreja. Hoje numa entrevista ao www.dn.pt, o mesmo senhor aborda este tema de uma forma que me fazem lembrar as estatuetas de uns macaquinhos a tapar os olhos, os ouvidos e a boca. Tenha ele a coragem e a obrigação enquanto ocupar o nobre lugar de bispo e patriarca de tomar uma decisão sobre alguns padres que ele tão bem sabe que têm comportamentos desviantes nesta area da sexualidade.
Já nem na igreja se pode confiar. 

Sinto falta de ti.

Faz hoje precisamente cinco anos que partiste. Na altura fiquei insensível a tudo e a todos, quase como se tivesse entrado em transe e num período de negação. Levaste contigo um pedaço de mim. esse pedaço foi o mesmo pedaço que me deste quando nasci. Exatamente à cinco anos explicava eu aos meus filhos que ainda eram muito pequenos que tu tinhas partido. A Teresa ficou confusa e o João ficou triste agarrando-se a mim a chorar. Nessa altura na presença da minha esposa expliquei-lhes que tu estarias sempre ao nosso lado e que no céu se tinha acendido mais uma estrela. Essa estrela chamava-se MARIA e zelava por nós o tempo todo. Continuo a acreditar nisto. Sinto falta de te ver, de te olhar, de te tocar e de olhar para ti e ver uma mulher com uma coragem infinita, com uma força indestrutível e que não se deixava abater por nada. Eras o nosso porto de abrigo. Mesmo muito doente não te deixaste vergar e emanava dos teu olhos essa força que sempre te caraterizou. Passados cinco anos não consegui resolver ainda a tua partida. Penso em ti, penso na falta que me fazes, penso no carinho que te devia ter dado (acho sempre que foi de menos para aquilo que merecias)penso que te devia ter dito o quanto te amo. A nossa família tem a sorte de teres deixado juntamente com o PAI uma família fantástica e unida que me faz pensar que continuas no meio de nós, seja lá de que forma for. Estarás para sempre no meu coração. Amo-te Mãe.

Até quando?

Ontem em plena crise política em Portugal com a pseudo demissão do ministro Paulo Portas o País parou. E parou porque se espereava que o mais óbvio acontecesse. Que o governo se demitisse. Mas não, enganámo-nos. Este jogo que enoja todos os portugueses e reflete bem a qualidade dos políticos que temos não tem fim. Pelo que ouvi hoje fizeram as pazes e o que estava mal ontem já está bem hoje. Troca-se ministro daqui para acolá e pronto continuamos para bingo. Estes governantes presidente incluído não escutam o povo. Não querem avaliar que a capacidade de resistência deste povo chegou ao fim. Sugados até ao tutano, pobres buscam nos caixotes dos hipermercados comida que é rejeitada por ter ultrapassado o prazo limite. As entradas das lojas servem de albergue noturno a um numero crescente de desalojados que não têm capacidade de pagar as suas rendas de casa. Os vencimentos dos trabalhadores estão mais baixos do que nunca. Os impostos não param de subir e mesmo assim não conseguem confortar a gula da despesa do estado. Mais cortes se avizinham.
Em plena crise política o ministro Paulo Portas, teve ainda a coragem de à rebelia de todas as leis internacionais proibir o avião de Evo Morales de sobrevoar o espaço aereo português, numa decisão inédita em todo o Mundo acompanhado pela Espanha e França submetendo-se assim aos Estados Unidos, originando um coro de críticas de todos os países da Ámérica do Sul. Não temos dinheiro, a UE (sra Merckel) não nos ajuda, os Estados Unidos também não mas continuamos subservientes a quem nos humilha, castiga, e nos obriga a passar fome. 
Mas este estado vai ter o fim que merece. Embora timidamente começa tal e qual a primavera Árabe a existir um coro de protestos que devagar, se vai levantando. Desde o Egito até ao rasil os povos fazem ouvir a sua voz. Pode demorar pois o mais "civilizado" dos continentes também se há-de revoltar contra esta tirania.

Helena Sacadura Cabral no seu melhor

Hoje não se fala português...linguareja-se!
 
Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos pretos 'afro-americanos',com vista a acabar com as raças por via gramatical, isto tem sido um fartote pegado! As criadas dos anos 70 passaram a 'empregadas domésticas' e preparam-se agora para receber a menção de 'auxiliares de apoio doméstico' .
De igual modo, extinguiram-se nas escolas os 'contínuos' que passaram todos a 'auxiliares da acção educativa' e agora são 'assistentes operacionais'.
Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por 'delegados de informação médica'.
E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em 'técnicos de vendas'.
O aborto eufemizou-se em 'interrupção voluntária da gravidez';
Os gangs étnicos são 'grupos de jovens'
Os operários fizeram-se de repente 'colaboradores';
As fábricas, essas, vistas de dentro são 'unidades produtivas' e vistas da estranja são 'centros de decisão nacionais'.
O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à 'iliteracia' galopante. Desapareceram dos comboios as 1.ª e 2.ª classes, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes 'Conforto' e 'Turística'.
A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um 'comportamento disfuncional hiperactivo' Do mesmo modo, e para felicidade dos 'encarregados de educação' , os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, 'crianças de desenvolvimento instável'.
Ainda há cegos, infelizmente. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado 'invisual'. (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o 'politicamente correcto' marimba-se para as regras gramaticais...)
As p.... passaram a ser 'senhoras de alterne'.
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em 'implementações', 'posturas pró-activas', 'políticas fracturantes' e outros barbarismos da linguagem. E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
Estamos "tramados" com este 'novo português'; não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma 'politicamente correcta'.


Helena Sacadura Cabral

Trabalho

As dificuldades em manter o posto de trabalho nos tempos em que vivemos é muito grande. A exigência que cai em cada um de nós é enorme. A pressão não é menor, no entanto quando este tema de conversa é abordado por um grupo de amigos, logo vem a resposta que sempre é melhor sofrer estas pressões do que estar no desemprego. Eu, sou daqueles, que  entendo que a nossa coluna vertebral tem limites. Nem tudo pode e deve ser permitido num mundo laboral cada vez mais competitivo e exigente. 
Tudo isto não pode, não deve servir de argumento para que elementos que trabalham na mesma organização não se respeitem. Os valores morais,(Conheço muito boa gente que nem sabe o significado destas duas palavras.) de cada um diferem é certo, mas alguns valores são abaixo de porco.
Quando numa empresa entre colegas de trabalho a mentira impera, o boceirismo é comum no dia a dia, quando a falta de respeito entre as pessoas é uma constante, está tudo dito. Pingo de dignidade, frontalidade é coisa que está em desuso. Fico pasmado com a convicção com que as pessoas são capazes de contar a maior das mentiras como se de uma verdade absoluta se tratasse. Infelizmente casos como estes são mais do que muitos e vão-se perpetuando nas empresas tal e qual melgas que picam e depois fogem.
A estes animais, não tem de fato outro nome só me apetece dizer uma coisa: a justiça pode tardar, mas não falhará.

Democracia

Democracia é um termo Grego (curioso que tenhas sido os gregos a criar este conceito e aviverem atualmente sob o jugo da Alemanha) que quer dizer poder do povo. Ora as democracias europeias que eu conheço, são tudo menos isto. Quem é eleito pelo povo depois de nomeado governa de uma forma geral contra ele. O povo não sabe lidar com a democracia e com os parcos poderes que ela lhe dá. Nos atos eleitorais primam em alternar os partidos que já provaram serem capazes de fazer os maiores
estragos e prejudicar esse mesmo povo. Parece existir um sentimento de autoflagelação que não consigo compreender.
Os governantes são eleitos para num regime de extrema transparência darem contas a quem os elegeu sobre o estado do País, sobre o que fazem e sobre aquilo que pretendem fazer. Faz-me alguma confusão que nas reuniões dos conselhos de ministros ou do conselho de estado se fechem as portas aos jornalistas de forma a que aquilo que se produz dentro das quatro paredes seja um conjunto de coisas que os eleitores não possam saber.
Torna-se imperativo que este estado de coisas mude. O estado somos nós cada um dos eleitores. E não se pode esconder o que quer que seja ao estado. É claro que tudo isto tem uma explicação, os eleitores são constantemente enganados pela raça política que não tem a qualidade que os povos merecem.
A senhora Merkel, não é nada mais nada menos do um Hitler dos tempos modernos subjugando (não os judeus por esses agora têm muito poder), mas toda uma europa que se ajoelha perante uma Alemanha cada vez mais prepotente. Não venceram pelas armas, vencem pela economia fazendo atrocidades e fazendo sofrer de forma ignóbil.
Por cá um candidato a uma câmara do Norte do país decidiu afrontar muitos eleitores ao apelidar os adeptos de um clube de Lisboa de magrebinos. Com esta afirmação parece-me que reduziu substancialmente as hipóteses de sucesso em ser presidente da autarquia. Esperto.
Por cá também, foi notícia a transferência do Bispo do Porto, para patriarca de Lisboa. Num dos seus primeiros apontamentos foi  de mandar averiguar os escândalos sexuais na igreja. Este mesmo Bispo que fez vista grossa ao que se passa em alguma igrejas do Porto e do norte do País assobiando para o lado, como se esse problema não fosse um problema dele. É assim desde os políticos até à Igreja.
Só me apetece dizer uma coisa: Este país não tem salvação.

O dia de todas as Mães

Mãe é aquela que cuida. Mãe é aquela que ama incondicionalmente. Mae é aquela que não precisa de fazer perguntas,sabe como nos estamos sem que lhe digamos o que quer que seja. Gostaria que todas as crianças tivessem uma mãe que cuidasse deles como a Mãe dos meus filhos. Com a idade que eles têm nem imaginam a sorte em terem assim uma Mãe.
As Maes mereciam que todos os dias fossem dias da Mãe. Curiosamente nós que somos filhos, só temos verdeiramente noção do quanto gostamos da nossa mãe quando ela nos falta. Todos nós damos a nossa Mãe como um dado adquirido, crescemos com a Mãe ao lado, trocamos muitos momentos que passávamos com a nossa mãe na adolescência para passar com os amigos, com a namorada e quando ela dá conta estamos a fugir porta fora e só voltamos a dar a verdadeira importância quando as nossas Mães se tornam Mães segunda vez, ou seja Mães dos nossos filhos. Curioso como depois de tudo ela nos continua a amar incondicionalmente.
Nós, os filhos amamos as nossas mães também de forma incondicional, mas só damos verdadeiramente conta do nosso amor por elas quando ela nos falta.
A minha mãe está no céu. No dia em que ela partiu disse aos meus filhos que tinha nascido mais uma estrela brilhante no céu que olhava por nós.
Quem me dera que aqui estivesses Mãe. Amo-te tanto.

Sem abrigo

Por força das circunstâncias atravessei hoje de manhã bem cedo,a minha cidade do Porto com uma tranquilidade que não me é habitual. Gostaria de possuir o elixir para prolongar este estado de alma por tempos infinitos. A forma vagarosa com que tive a oportunidade de vaguear pelo centro da cidade permitiu-me "ver" a minha cidade com mais detalhe do que aquele que me é habitualmente permitido. A cidade do Porto é uma cidade pequena, com uma arquitetura ímpar e recheada de gente boa. No entanto hoje não gostei do que vi. Aquela ideia que todos nós temos sobre o empobrecimento do país permitiu-me verificar o multiplicar de homens e mulheres que dormem na rua à porta de estabelecimentos comerciais. Torna-se impressionante o numero de casos de sem abrigo que povoam de manhã bem cedo as entradas das lojas, dos prédios envoltos em cartões e alguns cobertores que mais não fazem do que proteger do frio mas deixando passar a chuva que incessantemente caía sobre a cidade logo pela manhã. Este não é o meu Porto. As gentes do Porto não são assim, ou pelo menos não eram. Esta cidade erguida ás custas de gente de trabalho, de gentes de garra, sem papas na língua não trata assim os seus. Talvez o desemprego generalizado que teima em ser maior na região norte do País explique alguma coisa. Esta visão perturbadora de sem abrigo que começam a repovoar a cidade é inadmíssível. A declaração universal dos direitos do homem não passa de um papel assinado cheio de boas intenções escrito na época por gente com ideais, mas que no tempo em que vivemos não é reconhecida pela maior parte dos nossos governantes. O direito à dignidade humana, o direito ao trabalho, o direito a ter um teto são palavras vãs. Triste mundo este.

A espuma dos dias

O clima depressivo em que vivemos, torna o dia-a-dia das pessoas compouco espaço para afetos, demosntrações de carinho e até para um simples telefonema a alguém que outrora foi presente na nossa vida e agora por uma qualquer razão se encontra mais afastado. Este vai e vem de dificuldades que nos entra pela televisão, pela rádio e até no nosso dia a dia com as pessoas que nos são mais próximas. Esquecemos-nos de dizer ao outro que gostamos dele, esquecemos-nos de dizer ao outro como andas? esquecemo-nos de um simples telefonema a dizer olá. Presumo que cada um de nós já sentiu isto na sua vida. O curiosos é que nos encontramos numa altura em que nos sentimos mais necessitados de atenção por parte da família, do amigo, do colega de trabalho etc...O que nos falta então para que esta vontade de agarrar no telefone e ligar para algué e perguntar tão smente como estás? O que falta então, pegar no telefone e convidar aquele amigo(a) com quem não falamos á muito tempo e marcarmos um café para pôr a conversa em dia. Este tipo de atitude ajuda quem recebe o telefonema como quem o faz. Numa época em que tudo nos é roubado, não deixemos que nos deixemos roubar pelo esquecimento daqueles de quem mais gostamos. Tal e qual com a espuma das ondas que aparece e rápidamente desaparece, vamos pensar em quem hoje merece a nossa atenção.