Profissões e outras coisas que tal.

Comecei desde muito cedo a trabalha numa agência de publicidade na cidade do Porto. Nessa altura essa agência de publicidade era pertencente ao maior grupo empresarial privado do país. Essa agência tinha ainda uma participação maioritária noutra que morava na porta ao lado e que tinha, no contato com os clientes e na criatividade a sua principal area de atividade, sendo que tinha uma participação de uma multinacional norte americana. Era de fato uma agência de peso no mercado nacional. Como se não bastasse o portfólio dos clientes do grupo empresarial, tinha um cliente da banca, uma das maiores empresas de construção civil do mercado etc.... A vida profissional fez com que percorresse várias empresas e mais um grupo de media antes de chegar à empresa onde agora estou. A profissão que abracei, levou-me à cerca de 30 anos atrás a perceber que na altura como hoje(já menos) era uma profissão que continha glamour.Desde a produção de anúncios, ao desenvolvimento de ideias para campanhas, tornou esta profissão o alvo de tanta e tanta gente por estar na moda. Evoluímos muito nesta area. A introdução de novas tecnologias, de novas métricas, a agressividade e a exigência do mercado, tirou algum "elan" à profissão de publicitário. Sinto saudades do tempo em que nos juntávamos junto a uma mesa e estudávamos a melhor estratégia para o briefing do cliente. Procurávamos, os melhores meios para que o cliente obtivesse os melhores resultados. O encanto pela profissão vai-se esmorecendo, fazendo com que cada um de nós seja obrigado a tirar o melhor da nossa imaginação para conseguir com que o cliente tenha a melhor solução na mão. Sem querer encontrar bodes expiatórios esta profissão continua a encerrar em si o encanto e uma valorização que para muitas pessoas vale nem que para isso não tenham as competências reunidas para ocuparem o lugar de diretor de marketing e/ou gestor de produto. Assistimos hoje a um conjunto de pessoas que ocupam estas posições garantidas atravês de um canudo seja lá ele de que area for, e com muitas certezas. Não sou médico, não sou sapateiro, muito menos arquiteto ou poderei ter a ilusão que sou primeiro ministro, no entanto, nunca vi tanta gente que percebesse de marketing e publicidade. Podemos falar de medicina e alguns calam-se porque não são médicos, podemos falar de construção civil e outros tantos se calam, no entanto se o tema é marketing ou publicidade todos têm uma palavra a dizer. Triste profissão esta em que mais parece um bordel.

Mundo Hipócrita

Vivemos num Mundo onde a hipocrisia impera. O Papa Francisco dizia recentemente que os países ricos tinham medo de pronunciar a palavra "solidariedade". Em muitos países considerados ricos esta palavra estava "banida" do seu dicionário. O Mundo do dinheiro, o Mundo empresarial, mudou-se para o extremo oriente e para o norte de África. Despediram-se incontáveis trabalhadores por toda a Europa. Em Portugal este processo não foi diferente, sendo até mais agudizado. Refém de uma economia frágil, as empresas com alguma pujança no setor do têxtil, calçado e até na indústria automóvel pertencente a multinacionais encerrou as suas unidades fabris e mudou-se para onde a mão de obra é mais barata. O sofrimento das pessoas não é chamado para empresários sem escrupulos e para governos corruptos que se deixa vender por meia dúzia de trocos a uma União Europeia que nos dá tostões para deixarmos de pescar, de cultivar e de produzir a troco de milhões nos acordos que fazem com outros países. Não me parece que é saindo de um país deixando milhares no desemprego por uma questão tem a ver tão somente com o maior lucro devido à mão de obra mais barata que esses países proporcionam, seja sequer o motivo para que alguma empresa ouse em pensar mudar a sua empresa. Mais cedo ou mais tarde esses paíse vão sofrer o mesmo. Aquilo que me parece mais incompreensível é que se façam guerras com argumentos pouco claros porque este país tem armas químicas, por que este ou aquele país tem uma riqueza que importa para as superpotências, que este ou aquele país possa ser invadido, destruído para que as multinacionais ganhem rios de dinheiro na reconstrução destes países. Estes mesmos países que tanto se incomodam com os direitos humanos (Não estou a desculpabilizar o governo Sírio, pelo atroz ataque com aramas químicas que merece toda a condenação), não tenham a coragem de fazer um embargo à China porque utiliza mão de obra infantil na produção de produtos para as multinacionais (Ver aqui) ou então ao mais recente caso de uma criança de 8 anos obrigada a casar com um homem de 40 e que faleceu na noite de núpcias (Ver aqui). Que Mundo é este?????