Temos o direito de ser felizes no trabalho

Ontem durante o percurso de comboio que tive a oportunidade de fazer de Lisboa ao Porto dei comigo a pensar em todos aqueles que têm a "sorte" de terem um emprego, seja ele bem ou mal remunerado. Tornou-se um hábito nas empresas e em função do infeliz excesso de oferta de mão de obra que existe, ouvir-mos constantemente que existem no mercado mais de 500.000 pessoas dispostas a ocupar o nosso lugar de trabalho recebendo menos de metade do que atualmente cada um de nós recebe.
Reconheço que o mercado não está bom para as empresas, mas não posso deixar de reconhecer que está bem pior para quem nelas trabalha. A pressão exercida sobre as pessoas é de tal forma que está a deixar este país ainda mais deprimido do que os relatos sucessivos e crónicos sobre uma Troika que teima em tirar a independência e a soberania a um país com séculos de história. Claro que sim, claro que a culpa é dos portugueses porque não ousa por uma vez só tirar do poder quem sistematicamente nos coloca ano após ano pior do que já estávamos. Claro que a propaganda, claro que a imprensa, claro que os aparelhos dos partidos vão-nos pintando que estes sacrifícios são necessários para nos tirarem do beco que eles próprios nos colocaram. Daí um adormecimento da população em geral. Mas de fato esperava mais de uma das camadas sociais que a par dos idosos mais têm sofrido. Os jovens sempre tiveram ao longo da história um papel fundamental na opinião pública e na opinião política. O que se está a fazer com esta gente, com toda a gente é imoral. É de gente sem formação moral. Exigir aos portugueses, que paguem um sistema de ensino e depois se desperdicem os alunos formados e os convidemos a emigrar é coisinha de tontos. A falta de oportunidades gerada pelo estrangulamento da economia nacional tiramdo oportunidades aos jovens +e lastimoso. Ainda ontem no percurso de taxi conversava com o motorista que trabalhava na profissão à cerca de um ano. A verdeira profissão dele era programador informático que esteve ligado desde sempre à empresa atravês de um vínculo precário e assim que as coisas se complicaram vocês devem de adivinhar o desfecho.
Vejo em cada empresa que visito um semblante carregado, na cara das pessoas, os sorrisos desapareceram. As pessoas carregam fardos enormes às costas. Isto não é viver condignamente. Isto é passar pela vida a correr e a trabalhar cada vez mais e mais com prejuízos gravíssimos para a vida das pessoas. Lembro-me que em tempos idos comentávamos que os chineses viviam no seu local de trabalho comiam no seu local de trabalho e trabalhavem 12 horas por dia. Estamos assim hoje tão diferentes deles?

Indignação ao quadrado

Não posso deixar de ficar indignado com a notícia hoje publicada no jornal I em que afirma que a Assembleia da República Portuguesa teve no ano fiscal prejuízos no valor de milhares de euros. Este assunto por si só não é motivo suficiente para me deixar espantado, visto que em Portugal quase tudo que tenha intervenção estatal dá prejuízo. A razão da indignação trava-se pelo simples motivo em que um país que está sob intervenção da Troyka, que perdeu a sua independência para a senhora Merkel, que se prepara para anunciar mais medidas de austeridade, que tem em mãos um processo de despedimento de funcionários públicos possa ao mesmo tempo ter conseguido à presidente da Assembleia da República uma pensão de reforma no vaor de 7.300 euros por mês desde o momento em que a senhora perfez 42 anos. è óbviamente fazer-nos passar por estúpidos a todos os portugueses. Pergunto até quando vamos aguentar este tipo de situações onde quem governa faz leis para si mesmo que são um verdadeiro atentado a quem trabalha.
Já aqui tinha tido oportunidade de falar sobre o então bispo do Porto atual patriarca de Lisboa sobre uma intervenção que teve sobre a sexualidade na igreja. Hoje numa entrevista ao www.dn.pt, o mesmo senhor aborda este tema de uma forma que me fazem lembrar as estatuetas de uns macaquinhos a tapar os olhos, os ouvidos e a boca. Tenha ele a coragem e a obrigação enquanto ocupar o nobre lugar de bispo e patriarca de tomar uma decisão sobre alguns padres que ele tão bem sabe que têm comportamentos desviantes nesta area da sexualidade.
Já nem na igreja se pode confiar. 

Sinto falta de ti.

Faz hoje precisamente cinco anos que partiste. Na altura fiquei insensível a tudo e a todos, quase como se tivesse entrado em transe e num período de negação. Levaste contigo um pedaço de mim. esse pedaço foi o mesmo pedaço que me deste quando nasci. Exatamente à cinco anos explicava eu aos meus filhos que ainda eram muito pequenos que tu tinhas partido. A Teresa ficou confusa e o João ficou triste agarrando-se a mim a chorar. Nessa altura na presença da minha esposa expliquei-lhes que tu estarias sempre ao nosso lado e que no céu se tinha acendido mais uma estrela. Essa estrela chamava-se MARIA e zelava por nós o tempo todo. Continuo a acreditar nisto. Sinto falta de te ver, de te olhar, de te tocar e de olhar para ti e ver uma mulher com uma coragem infinita, com uma força indestrutível e que não se deixava abater por nada. Eras o nosso porto de abrigo. Mesmo muito doente não te deixaste vergar e emanava dos teu olhos essa força que sempre te caraterizou. Passados cinco anos não consegui resolver ainda a tua partida. Penso em ti, penso na falta que me fazes, penso no carinho que te devia ter dado (acho sempre que foi de menos para aquilo que merecias)penso que te devia ter dito o quanto te amo. A nossa família tem a sorte de teres deixado juntamente com o PAI uma família fantástica e unida que me faz pensar que continuas no meio de nós, seja lá de que forma for. Estarás para sempre no meu coração. Amo-te Mãe.

Até quando?

Ontem em plena crise política em Portugal com a pseudo demissão do ministro Paulo Portas o País parou. E parou porque se espereava que o mais óbvio acontecesse. Que o governo se demitisse. Mas não, enganámo-nos. Este jogo que enoja todos os portugueses e reflete bem a qualidade dos políticos que temos não tem fim. Pelo que ouvi hoje fizeram as pazes e o que estava mal ontem já está bem hoje. Troca-se ministro daqui para acolá e pronto continuamos para bingo. Estes governantes presidente incluído não escutam o povo. Não querem avaliar que a capacidade de resistência deste povo chegou ao fim. Sugados até ao tutano, pobres buscam nos caixotes dos hipermercados comida que é rejeitada por ter ultrapassado o prazo limite. As entradas das lojas servem de albergue noturno a um numero crescente de desalojados que não têm capacidade de pagar as suas rendas de casa. Os vencimentos dos trabalhadores estão mais baixos do que nunca. Os impostos não param de subir e mesmo assim não conseguem confortar a gula da despesa do estado. Mais cortes se avizinham.
Em plena crise política o ministro Paulo Portas, teve ainda a coragem de à rebelia de todas as leis internacionais proibir o avião de Evo Morales de sobrevoar o espaço aereo português, numa decisão inédita em todo o Mundo acompanhado pela Espanha e França submetendo-se assim aos Estados Unidos, originando um coro de críticas de todos os países da Ámérica do Sul. Não temos dinheiro, a UE (sra Merckel) não nos ajuda, os Estados Unidos também não mas continuamos subservientes a quem nos humilha, castiga, e nos obriga a passar fome. 
Mas este estado vai ter o fim que merece. Embora timidamente começa tal e qual a primavera Árabe a existir um coro de protestos que devagar, se vai levantando. Desde o Egito até ao rasil os povos fazem ouvir a sua voz. Pode demorar pois o mais "civilizado" dos continentes também se há-de revoltar contra esta tirania.