Censura

Tive o privilégio de conhecer o Bispo D. Januário Torgal Ferreira numa das poucas deslocações que fiz ao santuário de Fátima já lá vão uns bons anos. Apresentado por um "irmão" meu que é padre, desde logo me impressionou o fato de estar perante um bispo, que despiu a " farda" e me colocou perfeitamente á vontade sem aquela distância que alguns bispos teimam em manter dos seus fieis.
Não me surpreende em nada as afirmações de D. Januário Torgal à TVI visando o governo e apelidando alguns dos seus membros de corruptos. O passado bem mais do que recente dão-lhe toda a razão. Também não me espanta a reação do ministro da defesa. O passado também ele fala por si. O poder nunca conviveu bem com a Igreja sempre que algum dos seus menbros despiu a farda e falou como cidadão preocupado e atento perante as dificuldades que o povo português passa. Foi assim com bispo António Ferreira Gomes, com o bispo emérito de Setúbal D. Manuel Martins. Como já não bastasse um voto de castidade, os  governos entendem que a igreja deve também o voto de silêncio perante todas as injustiças. Vivemos tempos em que a desinformação, as notícias encomendadas, já não conseguem mascarar a miséria que o povo português foi remetido.
Sobra a D. Januário o que falta em política ao Porto. Uma voz, um líder que se faça ouvir e que fielmente represente as gentes do Norte do País. Não é á toa que o D. Januário é um homem do Porto. Que nunca lhe doa a voz.

Caridade Barata

Antes de mais deixo bem claro a minha declaração de intenções. Sou Benfiquista de corpo e alma. Dito isto, dedico umas breves palavras para discordar do jogo de benificência que aconteceu ontem no Estádio da Luz promovido pela fundação Luis Figo. Sou daqueles que entendem que existem fundações a mais em Portugal e que muitas encerram objetivos muito pouco claros. Maior parte das fundações não têm relevância na opinião pública portuguesa e em nada contribuem para melhorar o que quer que seja a qualidade de vida do povo português. Creio no entanto que neste caso ainda mais evidente se torna. Tomemos o caso do Jogo de futebol de ontem que reuniu a equipa do Figo e Friends. Tratou-se de uma operação em que se pediu a um sem numero de adeptos de futebol para contribuirem creio com 10 euros cada para ajudar quem tem fome. Acho esta iniciativa de uma impostorice a toda a prova. A fundação Luis Figo promove o jogo, o Luís Figo que ainda tem mal explicado ao apoio ao José Sócrates e os dinheiros mal explicados dos patrocínios bancários ou estatais que recebe tem uma promoção em todos os media portugueses pago com o dinheiro dos otários que acederam a ver o jogo. A fundação Luís Figo teria isso sim uma atitude louvável se solicitasse a cada uma das vedetas que desfilaram ontem no estádio da luz, que contribuissem com algum do que muito ganharam e com toda a certeza teriam arrecadado mais dinheiro do que aquele que os 30.000 portugueses deixaram nas bilheteiras do estádio.
Assim é fácil fazer boas ações.

Valeu a pena

Finalmente os portugueses começam a ver a luz ao fundo do túnel. Perante o brutal aumento de impostos a que os portugueses foram submetidos, os resultados de tal esforço começam agora a aparecer. Segundo o "Jornal de Notícias" de ontem, o risco de despedimenos coletivos mais do que duplicaram até Maio. Segundo o mesmo jornal, a zona norte do país é responsável por um aumento considerável nas exportações de ouro. Não , não se trata de qualquer jazida encontrada, são as famílias que vendem o seu ouro para fazer face ás mais básicas necessidades do dia a dia. Enfermeiros qualificados são contratados a 4 euros por hora, sendo que este vencimento ao final de cada mês corresponde a menos do valor do salário mínimo nacional. O comércio no Norte do país, perde 33.000 empregos num só ano. o estado português prepara-se segundo o "Jornal de Negócios" para aumentar as rendas sociais em 150%. Entretanto o "Diário de Notícias"  informa a faculdade de arquitetura de lisboa, aconselha os seus alunos a endividarem-se junto da caixa geral de depósitos, para desta forma pagarem as propinas. Já o "Público" traz uma notícia mais tranquilizadora: mais de dez mil famílias e empresas pediram falência no primeiro semestre de 2012.

Estamos como se pode comprovar a luz ao fundo do túnel, mas como costuma dizer um cómico empresário português, por vezes a luz ao fundo do túnel é a do comboio que caminha na nossa direção.