Viaje em segurança, vá de comboio


Segundo a revista "Visão" a CP, empresa de capitais públicos, acaba de dar um contributo decisivo na redução do défice e no aumento do conforto e dignidade que os seus passageiros bem merecem.

O negócio considerado ruinoso explica-se assim: alugamos aos nossos vizinhos espanhois por um período de 5 anos, 17 automotoras e dois comboios com mais de 30 anos de idade por uns míseros 30 milhões de euros. Não foi nada mau negócio (estou a escrever sob o ponto de vista dos espanhois). Segundo alguns responsáveis da empresa que se mostram preocupados com o estado do equipamento que acabou de chegar ao nosso país, não existem condições de segurança para que este equipamento possa cumprir a sua função. Alguns dos problemas que três automotoras apresentaram são de pequena monta, fugas de óleo, limpa vidros avariados, suportes e escapes partidos, peças soltas(algumas perderam-se durante a viagem entre Espanha e Portugal) e calculem por cada 100 km consomem mais 180 litros de gasóleo do que as anteriores. Como se não bastassem estes "pequenos" problemas as carruagens não cumprem as mais elementares normas de segurança.

Felizmente o estado português está atento e castigou severamente o autor deste negócio ruinoso para o estado e nomeou-o para administrador do Metropolitano de Lisboa.

Assim se viaja em segurança neste País.

Pagas e não bufas


O Governo da república portuguesa acaba de prestar um enorme contributo para a igualdade dos operadores de televisão em Portugal. A RTP vai sofrer um corte no valor da indeminização que o estado todos os anos entrega de mão beijada a este operador para que todos os portugueses tenham uma estação que deveria ser de qualidade. Acontece porém, que o corte anunciado, será compensado pelo aumento de 30% que os consumidores terão de pagar todos os meses junto com a conta da EDP.

Tira por um lado e dá pelo outro, ou melhor, os papalvos dos consumidores dão pelo outro. Mais um imposto encapotado que todos nós mortos ou vivos temos de pagar.

Ninguém escapa a esta busca desenfreada por nos caçar mais uns cobres. Assim vai este país.


É preciso muita lata



Repugnante.

Esta palavra não me sai da cabeça para qualificar as declarações deste Jardim.

Imaginem alguém, como por exemplo eu, que tenho uma carreira contribuitiva para a segurança social, vejo o futuro da minha pensão comprometido por esta gentalha, que entende que a maioria da população portuguesa, cujas pensões e vencimentos estão abaixo do limiar da pobreza, devem de estar a receber muito. De facto uma pensão de reforma de 4.124 Euros por mês mais o vencimento de presidente do goveno regional da Madeira deve ter uma qaulidade de vida deplorável.

Triste país este onde vivo.

Não fujas de ti próprio

Não fujas de ti próprio é a frase que um qualquer e vulgar adulto diz à sua própria consciência, mas que na prática encontra grandes obstáculos e enfrenta várias dificuldades para a interiorizar. Esta história é um conto tão comum, quanto os finais felizes nos encontros das telenovelas portuguesas. Num Mundo onde muitas vezes nos sentimos obrigados a fugir de nós próprios ou de um sentimento que nos persegue, e que quase sempre tem como base a busca de um carinho extra que se não for nosso dificilmente será de alguém. Percebo hoje que ser Homem e Mulher é quase tão difícil como saber ser feliz. Muita gente não sabe mas há regras para ser-se feliz e manter esse estado. Há regras para ser Homem e Mulher, e não as conservar representa quase sempre a ruína, emocional, económica ou humana. Esta história teve um final triste e no mínimo trágico... E a fuga para uma qualquer vitória apenas representou a devassa numa família e entre amigos, que por muito poucos "Olás" lhe enviasse, nenhuma das hipotéticas pequenas e escassas manifestações tiveram um preço... pelo menos monetário. Para mim, o conforto psicológico tem um preço. Um valor. Mas felizmente para mim, ninguém o consegue pagar. Pelo menos o meu.

Pressão a subir


Hoje no jornal "Sol" o director mundial do FMI, afirma que a crise destruiu 30 milhões de empregos e que a primeira prioridade é o emprego, a segunda é o emprego e a terceira é o emprego. Não deixa de ser curiosa esta afirmação do senhor Dominique Strauss-Kahn, sabendo nós, que das primeiras opções do FMI quando entra num país é liberalizar as leis do trabalho. Leva-me isto a pensar que de cada vez que se tocou nestas leis, os assalariados não ficaram melhor e não me parece que se tenha gerado mais emprego, excepção seja feita aos recibos verdes e à precaridade no trabalho. À conversa com um amigo na passada sexta feira, dizia-me ele que isto um dia rebenta. Existe hoje na lista dos desempregados um numero considerável de pessoas com currículo, com experiência profissional e que ocuparam lugares, nos locais de trabalho por onde passaram, que não se imaginariam a passar pelo desemprego. A dúvida está em separar aqueles que de facto são dependentes crónicos do subsídio e aqueles, cuja vida lhes passou uma rasteira e não sabem, não aguentam, enfrentar uma situação para a qual não sabem como lidar.

Esta gente sem nome e sem rosto, vive aquilo que hoje se chama de pobreza envergonhada. Com o novo orçamento a ser aprovado, a tirar mais aqueles que menos têm, pergunto-me até quando esta gente vai aguentar?