O País do faz de conta

Este fim de semana vou fazer férias da minha condição de adulto e vou voltar a ser criança. Criança é um estado de alma que nunca me abandonou, mas que face ao facto de ter crescido volta e meia se esconde com vergonha daquilo que presencia. Esta minha decisão de voltar a ser criança tem a ver com a ideia que me persegue de reviver os livros que a Câmara Municipal do Porto atravês de uma biblioteca itinerante fazia percorrer pelos bairros do Porto permitindo assim atravês do aluguer que crianças como eu, pudessem ter a oportunidade, com a escrita, que muitas das vezes nos fazia viajar pelas páginas dos autores. É precisamente essa viagem que me proponho fazer este fim-de-semana, vagueando desta vez por livros e histórias de personagens maléficos, vis e sem excrúpulos. Era uma vez um menino que vivia num país de faz de conta. Esse país era governado por um bando de corvos que pertenciam a um bando muito maior e que a maior parte das vezes não se sabiam bem quem eles eram. Esse bando de corvos, exercia o poder em benefício dos corvos maiores que escondidos os manipulavam como se marionetes se tratassem. O povo, esse povo que "tinha" conquistado a "liberdade", vivia cada vez pior. Ao longo dos anos com promessas vãs,tiravam um pouquinho de dignidade aqui, outro pouquinho de amor próprio ali, mais um corte no salário um pouco mais à frente até que se conseguiu amordaçar todo um país e convencendo que isto funciona assim ou então é o caos. O povo vive amordaçado, sem esperança, sem forças para se revoltar assistindo a um sem número de roubos que lhes vão tirando o pão da boca dos filhos,que lhes vão tirando a oportunidade de ter uma velhice feliz e tranquila, que obriga os filhos a emigrarem para longe dos pais, que os obriga a recorrerem a hospitais onde os medicamentos rareiam, onde o número de pessoas que passa fome aumenta ao mesmo ritmo que a impunidade atinge a quem tanto rouba. O que se passa com quem roubou? Pagámos bem caro os desvarios do BPN ( o que se passou com quem roubou?)pagámos bem caros os desvarios do BCP (O que se passa com quem roubou?) pagámos bem caro os desvario do sucateiro (O que se passa com os governantes que roubaram?) Pagamos bem caro os pandur, F16 submarinos (o que se passa com quem nos roubou?)Continuamos a ser roubados pelos políticos com escândalos atrás de escândalos sobre dinheiros desviados (o que é que lhes aconteceu?). Vivemos num país adiado em que a justiça não é digna do nome que tem. Precisamos urgentemente que movimentos perseguidos como as brigadas vermelhas, a Eta voltem urgentemente para que esta gente perceba que não pode, não deve não tem o direito de humilhar assim as pessoas.

Palavras em desuso (Vergonha)

Este retângulo chamado Portugal, tem vindo a ser assolado por uma série de notícias que colocam a nu a reles qualidade dos políticos,empresários e agentes económicos portugueses. Como se não bastasse na classe económica os casos BPN, BCP,BES eis que aquilo que já todos sabíamos veio á opinião pública atravês da revista "Visão" e do excelente jornalismo a que o Miguel Carvalho nos habituou, que a Câmara de Vila nova de Gaia, foi um viveiro de despesismo sem controlo e com benefício de uma eleite que continua a passear por este País sem que nada, nem um pouco de vergonha na cara os atormente. Vem isto a propósito de uma notícia publicada hoje num jornal diário que o novo presidente da Câmara em questão, eleito por um partido diferente e com a sua Câmara a ser vasculhada pela Polícia Judiciária e pelo Ministério público, acaba de ao fim de um ano de mandato adjudicar vários contratos de assessoria de imprensa sem concurso (113.000 euros) a uma empresa que por acaso, só por acaso pertence à esposa do presidente da Câmara de Matosinhos. Este País não tem de facto emenda. Quanto mais não seja lá diz o ditado à mulher de César....