Cobardia

Não sou afiliado em nenhum partido. Sou daqueles que entendem que os nossos representantes políticos são um pouco como os jogadores de futebol. Jogam numa equipa mas podiam muito bem jogar no seu concorrente mais direto. Tenho muita má impressão dos políticos que nos governam e daqueles que nos pretendem governar. Ainda estou à espera de ver (lá vem de novo o Pai Natal que eu ainda acredito)a maioria dos políticos a explicarem como é que enriqueceram. Ainda estou para ver, a razão de serem tão "mal remunerados", mas mesmo assim não quererem sair da esfera do governo ou dos "tachos" que o governo proporciona. Ainda estou para ver qual o político que ficou desempregado depois de acabar o seu mandato. Vem isto a propósito da entrevista dada pelo Fernando Moreira de Sá à Visão esta semana que passou. É verdade Fernando, que a tua ânsia de ir cada vez mais longe, possivelmente te levou a dizer coisas que possívelmente hoje não as dirias, mas depois....já é tarde. Creio, no entanto, que apesar de tudo veio ao mais comum dos mortais, traduzir a postura (para não lhe chamar outra coisa)que alguns agentes da nossa vida política, jornalística, têm perante a nossa sociedade. Quem me conhece sabe que utiliza a velha frase de um amigo meu que afirma o seguinte: "Quando vires uma mulher a bater no peito três vezes a dizer que é séria,é puta de certeza absoluta", esta verdade também é válida para os nossos políticos que juram respeito, fidelidade, honradez à nossa constituição e depois se traduzem em vendilhões do templo. A este respeito, salvo raras exceções (e eu conheço um bom punhado delas, a começar pelo Miguel Carvalho)a profissão de jornalista não é muito diferente da de meretriz, como o Fernando tão bem exemplifica na sua tese. Acontece que tudo o que ele expressa na entrevista, não é novidade para ninguém que anda no meio. O que me espanta é perceber a razão pela qual algumas das "aves raras" venham a terreiro fingirem que estão chocadas, que estão espantadas e que tudo isto é novidade para elas. Em qualquer dos casos, a vida política não traz amigos, pois não Fernando? É que, com estas revelações incomodando muita gente, têm pelo menos duas virtudes. A primeira é levar à opinião pública como se fazem políticos, acessores, ministros etc.., a outra é descobrirmos quem realmente são os nossos amigos. Lá dizia um político americano, pode-se enganar muita gente durante muito tempo, não se pode enganar toda a gente durante todo o tempo.

Publicidade vs Pobreza

A publicidade é um tema apaixonante para uns e desesperante para outros. A presença das marcas num admirável mundo novo chamado online veio criar uma (falsa) sensação que estando online estamos vivos. Ou melhor dizendo quem não estiver online não existe. Esta é uma meia verdade. Os gurus ligados às novas tecnologias vieram conquistando espaço e influenciaram decididamente que as empresas tem de estar online a qualquer custo. A publicidade online é tão perfeita(Quando bem feita) como os outros meios, no entanto a forma como se faz publicidade é desprovida de qualquer bom senso. Todos os dias não sei bem, de manhã (eu continuo a acreditar no pai natal)das primeiras coisas que faço quando ligo o meu computador é responder de uma forma simples com um click num site que doa um copo de comida a vítimas da fome ou de catástrofes por todo o Mundo. Ora quando não é o meu espanto (eu sei que o site necessita de patrocinadores para sobreviver)repito, trata-se de um site para dar comida a quem tem fome publicidade a uma campanha do Lidl que promove produtos de luxo (DELUXE).Numa outra parte do site aparece publicidade a férias no Club MED. Meus senhores dos departamentos de MKT. Isto é uma afronta a quem passa fome. A mania de comprar cliques de qualquer forma e ao valor mais baixo tem consequências como esta que são de fato reprováveis. Sensibilidade e qualquer ação que doe alimentos decerto fica mais barato do que aparecer num site que pede ajuda para combater a fome.