Ensino para quê?

Nunca a sociedade teve acesso a tanta informação como nos dias de hoje. A proliferação de dispositivos informáticos, a vulgarização da Internet ajudaram de sobremaneira a que a informação fosse partilhada com uma velocidade veloz. Exemplos disto são os Estados Unidos onde a maioria dos jovens em concursos televisivos respondem a perguntas sobre países terceiros e sobre o seu próprio país com enganos dignos de corar qualquer um. Pode parecer contraditório num século onde por exemplo em Portugal tanto se investiu na formação, porque tínhamos uma taxa de analfabetismos alta e uma taxa de pessoas com cursos superiores também muito reduzida. Foram pedidos esforços através dos impostos a todos para que esta realidade se alterasse. Abriram-se novas Universidades, Institutos Politécnicos, novos cursos e foi um avolumar de gente a entrar pelo ensino público e privado a tentar conseguir o tão almejado canudo. O triste disto tudo é que o esforço financeiro pedido a cada um dos portugueses está a servir para alimentar países da União Europeia com jovens licenciados a um custo incomparavelmente mais baixo do que se os tivessem de formar nesses países de destino. No caso de Portugal este aparente aumento de licenciados na "causa pública" não foi capaz de trazer verdadeiros homens de estado. O país (dizem) que está melhor, mas as taxas de desemprego continua altas apesar de meio milhão de portugueses terem abandonado o país nos últimos três anos. Quem trabalha por conta de outrem, continua subjugado ao facto de existirem poucas oportunidades de emprego e aceita trabalhar 12 e 15 horas por dia para levar um salário que não chega ao fim do mês. A ditadura provocada pela democracia trouxe-nos estas ambiguidades. Caminhamos aceleradamente para uma sociedade onde as desigualdades se acentuam, onde os mais fortes exercem cada vez mais força sobre os mais fracos sem que nada nem ninguém os possa impedir.