Férias

Hoje dei comigo a pensar como as redes sociais podem ter um efeito preverso na vida das pessoas. Como é óbvio só lá está quem quer. Vem isto a respeito sobre a informação que lá colocamos de âmbito mais pessoal. Lidámos todos os dias com conhecidos, colegas de trabalho, com amigos, familiares que devido ao estado em que o País está mergulhado, encontraram o caminho do desemprego, das dificuldades, do andar a procurar algo que os sustente. Ainda hoje um jornal diário relatava que não eram só os sem abrigo que recorriam à ajuda alimentar que algumas instituíções distribuem todos os dias à noite pelas ruas das grandes cidades, começa a encontrar-se famílias que sem dinheiro para fazer face às despesas no supermercado recorrem a esta soluão para "matar" a fome envergonhada. Com tanta gente em dificuldades neste retângulo de terra chamado Portugal existem pessoas que com todo o direito e com poder de compra não se coíbem de passar umas merecidas férias. A questão está se será que se lembram das dificuldades que o colega ao lado está a passar? Ou porventura alguma vez se deu ao trabalho e reparar que o colega (amigo, conhecido etc...) com que trabalhamos anda um pouco mais triste, mais desarranjado ou até no limite mais magro. Considero que se me encontrasse numa situação de alguma dificuldade e ainda tivesse dinheiro para aceder à Internet nem que fosse num quiosque possívelmente as fotos de viagens de férias ao Médio Oriente, Àsia ou Caraíbas deste grupo de indivíduos não me deixariam em bom estado. Num tempo em que as dificuldades são tantas fazer férias em destinos exóticos é quase um pecado. Soa quase como comer uma lagosta num restaurante e junto à janela algué estar a vasculhar no contentor do lixo algo para comer.

Os emigrantes e as férias de Verão

Tenho um profundo respeito por todos aqueles que na impossibilidade de conseguirem sustentar a sua família, neste cada vez mais triste País, se vejam na obrigação de procurar outras paragens para proporcionar a dignidade mínima que cada família tem direito. O final dos anos 60 e príncipios dos anos 70 em Portugal, foram anos de intensa emigração povoando os portugueses os 4 cantos do Mundo para fazer face à miséria, ou para fugirem a uma guerra injusta que se perpetuou por um Estado fechado sobre si próprio. No início do século XXI eis que os nossos governantes apelam de novo aos portugueses para emigrarem. Estes portugueses já mais qualificados, formados e investindo Portugal na sua educação estão assim "obrigados" a partilhar com utros povos a educação paga pelos povo português e que este país tanta falta dela tem. Mas não é sobre esta última geração de emigrantes que possívelmente e se tiverem juízo não voltam a este país deprimido, triste e sem soluções de fututro para lhes oferecer. Falo sim de alguns emigrantes que são filhos dos emigrantes da primeira geração e que aproveitam as festas na terra para se pavonearem na sua aldeia Natal. O comportamento insuportável por parte de alguns faz com que o termo emigrante seja normalmente mal conotado entre os portugueses. Eles apresentam-se com grandes carros, ocupam os restaurantes a falar francês, como se não tivessem efetuado milhares de kms e ainda estivessem no seu país de acolhimento. Esta presunção, fica-lhes mal. Parecem donos da aldeia, lugar ou vila de onde são originários.Comportam-se como seres superiores, banalizando quem está nessa altura a trabalhar. Nos hipermercados é um chinfrim provocado por uma vozearia em francês para com os seus congêneres como se estivessem num mercado a apregoar. Nos restaurantes não conseguem estar sentados nem conseguem esconder a ostentação provocando aqueles que arduamente trabalham cá em Portugal. Nos espaços públicos (piscinas) é como se a piscina fosse deles e não tivessem de respeitar a mais elementar da boa educação. Não serão todos assim. Felizmente ainda existem alguns que não se esqueceram quem eram antes de partir. Felizmente ainda existem emigrantes com respeito pelos outros e que sabem estar. O pior são os outros. E os outros são francamente maus.