Mais valia estares calado

Leio esta semana numa revista de um semanário português uma reportagem sobre a remuneração dos padres portugueses. A pergunta é têm os católicos a obrigação de suportar o custo de vida do padre? A regra geral deveria ser a formulada por S.Paulo "Quem serve o altar vive do altar". De facto que quem escolhe a vida de padre não tem ou não deve ter como finalidade o enriquecimento(coisa que existia até alguns anos atrás sobretudo no interior)pagava-se a côngrua, pagava-se o batizado, pagava-se a comunhão, pagava-se o casamento, pagava-se o funeral etc... Estes valores de uma forma geral sustentavam a igreja e sustentavam o pároco. A crise na sociedade afastou os crentes, se calhar alguns responsáveis pela igreja afastaram os crentes já que reza a memória em tempos de crise as pessoas voltam-se mais para o culto e de nada serve os padres acenarem com a crise porque não consta que a IURD viva em crise. Dízimo pago pelos praticantes da IURD e côngrua exigida por algum clero não é muito diferente. Enquanto que na IURD o conceito de "padre/pastor" deixa muito a desejar e levanta dúvidas sobre os seus reais propósitos, creio que na igreja católica o ser padre não pode, não deve ser confundido com uma profissão. Ser padre na igreja católica é um chamamento de Deus para uma missão que se quer nobre e próxima daqueles que mais sofrem. Vários são os casos de padres que conheço que têm viaturas melhores do que a minha e da do papa Francisco. Ser padre não pode ser aquilo que vários padres ocultam na reportagem. Não conheço nenhum padre que passe fome. Não conheço nenhum padre que viva em condições miseráveis, não conheço nenhum padre que não tenha um padrão de vida aceitável, não conheço nenhum padre que não tenha direito à saúde, não conheço nenhum padre que viva em condições por vezes deploráveis como vivem alguns dos seus fieis. Tenho alguns padres como amigos e não os revejo naquela reportagem, mas envergonha-me que um padre que professe a fé em que eu acredito e que preside a uma paróquia de uma zona abastada da cidade, que testemunhe que no caso dos vencimentos dos padres a crise bateu à porta. Fundo paroquial que sustenta o padre e duas funcionária é alimentado por contribuições modestas e voluntárias!!!!!Juntando-se umas migalhinhas das taxas de casamentos etc. Quando perguntado quanto ganha um padre acena com 800 euros por mês. Brincar com quem todos os dias sofre à procura de sustento para dar aos filhos é uma brinacdeira de muito mau gosto mesmo passado um dia do dia 1 de Abril. Seria bom que perguntassem ao senhor cónego quanto é que ele recebe na realidade por ser padre e quanto recebe de reforma pela outra atividade que exerceu. Depois queixem-se que as igrejas estão cada vez mais vazias.