Pressão a subir


Hoje no jornal "Sol" o director mundial do FMI, afirma que a crise destruiu 30 milhões de empregos e que a primeira prioridade é o emprego, a segunda é o emprego e a terceira é o emprego. Não deixa de ser curiosa esta afirmação do senhor Dominique Strauss-Kahn, sabendo nós, que das primeiras opções do FMI quando entra num país é liberalizar as leis do trabalho. Leva-me isto a pensar que de cada vez que se tocou nestas leis, os assalariados não ficaram melhor e não me parece que se tenha gerado mais emprego, excepção seja feita aos recibos verdes e à precaridade no trabalho. À conversa com um amigo na passada sexta feira, dizia-me ele que isto um dia rebenta. Existe hoje na lista dos desempregados um numero considerável de pessoas com currículo, com experiência profissional e que ocuparam lugares, nos locais de trabalho por onde passaram, que não se imaginariam a passar pelo desemprego. A dúvida está em separar aqueles que de facto são dependentes crónicos do subsídio e aqueles, cuja vida lhes passou uma rasteira e não sabem, não aguentam, enfrentar uma situação para a qual não sabem como lidar.

Esta gente sem nome e sem rosto, vive aquilo que hoje se chama de pobreza envergonhada. Com o novo orçamento a ser aprovado, a tirar mais aqueles que menos têm, pergunto-me até quando esta gente vai aguentar?

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