Deserto

Ontem em conversa com um amigo que teve oportunidade de tirar um breve período de férias Pascais, dáva-me ele conta da solidão que hoje é deslocarmo-nos numa das muitas autoestradas construídas no sentido de facilitar o acesso ao interior do País. Segundo ele mesmo nas saídas de cidades com alguma dimensão, a falta de carros e pessoas era notória. Sinceramente não me espanta. omo tão bem os políticos portugueses sabem fazer na altura da inauguração dos novos troços de autoestrada com festas a condizer, diziam-nos que se pretendia aproximar o interior do litoral facilitando assim os acessos e justificando assim os milhões investidos nas empresas de construção civil onde não faltam boys deste ou daquele partido. Em boa verdade os acessos estão mais facilitados, mas em contrapartida o custo destes acessos teve um preço demasiado alto. Fecharam-se escolas, fecharam-se centros de saúde, fecharam-se hospitais, maternidades, vendeu-se esse imobiliário a preço de saldo e abriu-se por vezes as portas aos privados para entrarem por estas cidades dentro e darem a poucos que têm possibilidade de pagar, aquilo que os mais pobres não podem. Assim, começaram a nascer portugueses em Espanha, e em ambulâncias do INEM ou dos bombeiros. Facilitou-se o abandono das terras assim como já se tinha feito com as pesacas e o resultado é um País a caminho da desertificação. 
Hoje acenam-nos que é necessário voltar a trabalhar as terras, fomentar a agricultura etc..., mas quem em boa fé que migrar para o interior criar raízes e ficar a uma hora de um hospital? Quem se sujeita a migrar para o interior e ter de levantar o seu filho às sete da manhã para ir a uma escola a 20 km de casa?
Fico espantado com a capacidade que estes partidos que nos governam desde o 25 de Abril continuam a merecer a confiança da maior parte dos portugueses. Estas políticas de mentirinha vão deixando o povo inebriado e confuso e mais pobre a cada dia que passa isso sim eu tenho a certeza. 

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