FUTURO

Existem dias assim. Existem dias em que me levanto e me dou conta que estou mais atolado do que aquela criança que no célebre filme da "Lista de Schindler" nos aparece pelo ecrã dentro enfiada dentro de uma latrina conseguindo esconder-se dos alemães. Os alemães sempre eles na ordem do dia. Bem isto a propósito de dar comigo a pensar no que será o futuro dos nossos filhos. Para alguns sobrinhos ou para outros mais jovens que se dão ao trabalho de vir a este blog. O que é que o futuro lhes reserva?
Parece-me que aparentemente um futuro pior do que o dos pais. Se forem pais que ainda consigam neste momento ter trabalho, muita das vezes sofrido e mal pago, sempre vai dando para um dia a dia com comida na mesa e roupa sempre que se necessite, pagando os pais um preço muito alto por esse emprego, resistindo com constantes idas à farmácia e socorrendo-se de medicamentos para terem uma noite mais ou menos tranquila que lhes permita no dia seguinte acordar e rumar ao inferno de todos os dias. Caso os pais estejam desempregados a miserável vida que levam não é contada pelo fato de a dignidade roubada a esta gente não lhes permite já não lhes permite gritar bem alto a injustiça que a sua triste sina lhes trouxe.
Mas o que é que falhou entretanto para que o futuro seja assim tão sombrio? Só pode ser a educação que os nossos pais nos deram. Parece estranho não parece? Mas de facto se compararmos os nossos pais deram-nos muito com muito esforço sem que fizéssemos muito esforço para o ter e a consequência é que habituamo-nos a ter qualquer coisa sem esforço. Se passarmos isto para o campo político temos desde o 25 de Abril (algumas exceções existem algumas) temos políticos que não pedimos e não fazemos nenhum esforço para nos mobilizarmos e empurrar de lá para fora quem tão mal nos faz. Quem estava melhor preparado para o futuro? Os meus avós que analfabetos levaram uma vida digna educaram os meus pais com muita dificuldade, sacríficio e espírito forte? Ou eu que como muitos pais tentam tudo dar aos nossos filhos camuflando muitas vezes as prendas que lhes damos com as que gostaríamos de ter tido na idade deles e proporcionando-lhes um 12º ano ou um curso na faculdade, preparando-os assim para o mais certo lugar no desemprego ou num outro País qualquer.

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