Em busca do D. Sebastião

Começa a ser demasiado habitual ouvirmos "mas será que ninguém vê isto" como se cada um de nós fosse o iluminado e vislumbrasse tudo aquilo que ninguém quer ver. Por vezes sou comigo a pensar que muitas dessas pessoas se confundem com um personagem de uma série que passa na "Fox", que dá pelo nome de "Touch". Vem isto a propósito do mais recente estudo da OCDE em que afirma que o desemprego em Portugal vai registar a marca dos 16,2% , 900.000 desempregados. 
900.000 desempregados é muita gente. O que mais me intriga é que a pouca gente que nos governa, parece preocupar-se pouco com este número, insistindo na mesma receita que nos conduziu até aqui, mais austeridade que normalmente é inimiga do emprego. Parece-me que o período de nojo deste governo já passou. A mais recente, tirada do nosso ministro da economia referindo-se ao desemprego como "o coiso" bem como a do primeiro ministro de que o desemprego pode ser uma oportunidade revela a falta de tato que os nossos governantes têm relativamente a este tema. Aliás juntando isto ao fato de a questão das secretas entre outro ministro do nosso governo, parece-me que começam a ser casos a mais para tão pouco tempo de governação.
Não me parece que este seja um problema deste ou daquele partido. Aliás tudo me move contra todos os partidos, foram eles que por falta de tato por abuso de poder, por inabilidade, por falta de uma estratégia que conseguisse convencer os portugueses que é possível fazer melhor que nos trouxeram ao caos onde estamos mergulhados.
Um outro jornal intitula que o antigo primeiro ministro era o pinóquio na "operação freeport" e que terá recebido 220.000 euros em dinheiro.
Os portugueses foram ao longos dos tempos manietados, amordaçados, tiraram-lhe a esperança e hoje não têm forças para se revoltarem contra este estado de coisas.
Vivemos á espera de um D. Sebastião que saía das trevas e venha de espada em punho salvar-nos do precipício. O problema é que o D. Sebastião desapareceu para nunca mais voltar. 
Ou fazemos nós, ou os milagres também se foram com a crise. 

Sem comentários:

Enviar um comentário